Inquérito da Polícia Federal concluiu que os advogados do ex-integrante do PSOL, Adélio Bispo, homem que tentou matar Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018; receberam R$ 315 mil de pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo matéria publicada pela Folha de S.Paulo, as transferências foram efetuadas dois anos após a tentativa de assassinato de Bolsonaro, mas o advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães - que defende Adélio - afirma que são transações de outros clientes.
A PF rechaça os argumentos com base nos dados obtidos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ao qual tiveram acesso.
Os "clientes" a que Magalhães se refere são todas pessoas ligadas ao PCC, afirma em relatório o delegado federal Martin Bottaro, considerado o maior especialista em PCC dentro da PF.
A investigação conduzida por ele concluiu que o PCC tinha um "departamento" chamado "Setor de Ajudas", onde o caso de Adélio estava isnerido. Além disso, Zanone Oliveira, que foi um dos profissionais que atuou na defesa de Adélio, recebeu R$ 25 mil e registrou em seu livro de caixa "Caso Adélio" para que ele se lembrasse de que pagamento se tratava.
Fora isso, a PF descobriu que havia um grupo de mensagens no WeChat chamado "AdélioPCC" no qual os advogados conversavam entre si sobre o caso dele; muito embora a Justiça tivesse concluído que o ex-psolista agiu como um "lobo solitário", ideia que ainda hoje é alimentada.
Em 2021, Pedro Possa, um dos advogados de Adélio, chegou a despistar sobre o assunto garantindo que uma religiosa pagava "por amor ao próximo".
"É uma pessoa ligada a ele (Adélio Bispo) religiosamente. Eu não sei a identidade dela, apenas o doutor Zanone (que está coordenando a defesa) que sabe, teve contato com ela.
Mas não há mandante, um financiador, ninguém que tinha conhecimento prévio dessa ação perpetrada pelo Adélio. Somente ao saber da facada é que ele (o responsável por pagar a defesa) se dispôs a ajudá-lo por uma questão de amor ao próximo, vamos assim dizer", disse o advogado.
Magalhães, por sua vez, insiste em justificar que teve prejuízo financeiro com a defesa de Adélio, que não tem envolvimento com o PCC e que o nome do grupo de mensagens "Adélio PCC" foi uma "brincadeira" de um dos membros, rapidamente repreendida.
Até quando a Justiça ficará inerte diante de tantas evidências?
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