O rei da Inglaterra Richard I, o lendário Ricardo Coração de Leão - que passou boa parte do século XII lutando contra os mouros em Cruzadas lendárias - deve estar se revirando no túmulo ao ver sua nação com uma liderança muçulmana cada vez mais forte e decisiva nos destinos do Reino Unido.
Na Escócia, o próximo primeiro-ministro, Humza Yousaf, eleito líder do partido independentista majoritário, o SNP, se sente perfeitamente à vontade. Yousaf, filho de imigrantes paquistaneses, muçulmano de 37 anos, é um produto da herança do império inglês na medida em que a Índia foi colônia britânica durante o período 1700 a 1947– o Paquistão à época não era uma nação independente, apenas uma província da Índia. Mas Yousaf não planeja apenas levantar a bandeira do Islã na terra natal da Igreja Anglicana fundada em meados de 1534, igreja cujo líder atual é Rei Charles III.
Humza Yousaf, pretende demolir o próprio Reino Unido, aprovando a separação da Escócia o que consequentemente, provocaria a dissolução do Reino Unido da Escócia e da Irlanda do Norte.
O prefeito de Londres, capital e maior cidade do Reino Unido, Sadiq Khan, também vem de uma família muçulmana, seus pais são paquistaneses.
O primeiro-ministro inglês Rishi Sunak é filho de pais indianos e como tal, fez no passado um juramento no Bhagavad Gita, um livro sagrado do hinduísmo, escrito em sânscrito.
Sem fazer juízo de valor, mas vamos combinar que a população britânica cristã que representa 59,5% do total está sub representada para dizer o mínimo. A parcela da população muçulmana religião do premier escocês Humza Yousaf e do prefeito de Londres, Sadiq Khan representa apenas 4,4% dos habitantes da Grã-Bretanha.
E no caso do primeiro ministro, Rishi Sunak, o hinduísmo é a religião de 1,3% da população britânica. Claro que o Reino Unido é estado laico, mas não se pode ignorar que os britânicos são os principais aliados dos Estados Unidos e estiveram juntos nas invasões ao Iraque (foram duas), Afeganistão, Síria, Somália, Líbia etc. Todos esses conflitos onde americanos e britânicos cerraram fileiras para enfrentar nações de maioria muçulmana.
Só um desavisado pode imaginar que a atuação desses líderes se resumirá à politica ou a gestão pública. Haverão fortes impactos na cultura popular e no crescimento de uma religião ou esgotamento de outra.
Os ingleses parecem seguir em alta velocidade o passo dos franceses e marchar para a extinção de sua própria cultura, se tornando estrangeiros dentro de seu próprio país.
Inacreditável.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.