O ex-presidente Donald Trump é alvo de uma investigação fragilíssima por parte de um promotor, Alvin Bragg, que não por acaso é filiado ao partido Democrata – adversário do partido Republicano, de Donald Trump.
Um agravante no caso americano é que o equivalente ao ‘Ministério Público’ (District Attorney) se trata de cargo eletivo e que muitas vezes serve como trampolim para outros cargos eletivos como de prefeito ou de governador.
No caso de Alvin Bragg, ele nem disfarça que gostaria de concorrer ao governo do estado de Nova York.
Se isso não bastasse para levantar suspeição sobre esse processo, a situação fica mais complicada quando estudamos o histórico do magistrado que julgará essa ação, Juan Manuel Merchan, tem fortes ligações com o partido Democrata ou pelo menos sua filha tem. Loren Merchan tem uma empresa de estratégias digitais que prestou serviço a campanha de Joe Biden (arqui-inimigo de Donald Trump).
Mais: Loren, a filha do juiz, também trabalhou com o deputado californiano, Adam Schiff, esse deputado chefiou a comissão encarregada do impeachment de Donald Trump quando ele era presidente. Impedimento que foi rejeitado pelo congresso americano. Ou seja, não dá para imaginar um cenário mais parcial do que esse.
Esse ‘processo’ está tão suspeito que até um notório adversário de Trump, o senador Mitt Romney disse:
“Acredito que o caráter e o comportamento do presidente Trump o tornam improprio para o cargo. Mesmo assim acredito que o promotor está forçando a acusação de crimes graves para encaixa-las em uma agenda política (...) Ninguém esta acima da lei, nem mesmo ex-presidentes, mas todos tem o direito a um tratamento igual perante a lei ”.
A atitude do ambicioso promotor Alvin Bragg talvez passasse batida no Brasil – acostumados que estamos aos ataques à nossa constituição – mas nos Estados Unidos está gerando um clima de revolta na população que vê nesse processo totalmente contaminado, um atentado contra o Estado de Direito.
Por fim, essa débil tentativa de derrotar Trump no ‘Tapetão’, só demonstra desespero e um apego atávico ao poder – algo previsível quando falamos de políticos e partidos de esquerda.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.