O desastre econômico lulopetista é real e está próximo

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O sr. Lula voltou ao cargo mais alto da nossa República após doze anos. Com a generosa ajuda da grande mídia e dos setores que mandam em nosso país, o petismo foi reabilitado das cinzas da Lava Jato, da severa recessão econômica e da ascensão da direita. Essa tríade virou pó pela vontade dos donos do poder. O Brasil regrediu décadas com a eleição de 2022.

Pois bem, qual o programa de governo trazido pelo presidente Lula? Essa não é uma pergunta difícil de responder, apesar dos isentistas bocós já arrependidos que fingem surpresa com a realidade óbvia – sonharam com o Lula 2002 e acordaram com a versão 1989. O atual governo é de esquerda. Qualquer tentativa de associá-lo ao centro ou mesmo à direita é canalhice intelectual. Como não poderia deixar de ser, os planos econômicos tenderiam naturalmente ao socialismo, com generosidade absurda a um capitalismo regulamentado altamente sufocante para a iniciativa privada.

É a receita perfeita para o abismo. Não é tão difícil de entender o porquê. Aos jornalistas que alugam a caneta para quem dá mais e jogam no lixo seus respectivos passados liberais, resta a árdua missão da bajulação indefensável. A mim, a análise dos fatos.

Não é preciso ser expert em teorias econômicas para prever o óbvio. O governo Lula deseja aumentar gastos – já conseguiu, aliás – e aumentar impostos. Eis a combinação perfeita para minguar a iniciativa privada. Retirar dinheiro do povo, de quem trabalha e produz, para distribuir aos amigos do Rei em trinta e tantos ministérios não é apenas um escárnio moral: é o caminho da recessão.

Ora, o Estado não produz riqueza alguma. Trocas voluntárias entre pessoas que atuam livremente no mercado, essas sim, são as responsáveis pela geração de riqueza. Como diabos alguém consegue empreender em um país com vários percalços burocráticos, insegurança jurídica gritante e taxações absurdas? Sem empreendedores, sem empregos – o resto não é difícil imaginar. Tudo o que disse são obviedades que qualquer pessoa com mais de dois neurônios sabe e compreende, mas o Brasil vive teimando em negar o óbvio.

O que fez o governo no final do mês passado? Voltou a cobrar imposto sobre o combustível. Além da óbvia bronca dos proprietários de veículos, não se pode esquecer que praticamente tudo no Brasil é transportado pela malha rodoviária, ou seja, um aumento no combustível gera aumento nas mercadorias e a população mais pobre paga a conta. O ovo teve aumento de 30%. Para quem prometeu picanha e cerveja, a conta não fecha.

Fala-se na reforma tributária e no novo arcabouço fiscal como se fossem as balas de prata para os nossos problemas. Bobagem gigantesca. Não adianta nada um aceno tímido ao mercado aqui, um agrado aos ortodoxos ali e fazer tudo errado no resto. Isso anestesia a banda mais energúmena do empresariado e por algum tempo, mas não eternamente. Até a burrice tem limite.

O presidente Lula não compreendeu bem as mudanças do mundo nestes anos. Ele julga estar em 2002, quando era fácil cooptar o Congresso, as informações não circulavam com a velocidade e a difusão contemporâneas, a direita política nada mais era do que uma expressão liberal envergonhada no PFL e a economia mundial crescia formidavelmente. Agora, o cenário é outro. O orçamento impositivo empoderou o Parlamento, a internet dilacerou a hegemonia da grande mídia e a direita tomou corpo após anos de marasmo. O instinto vingativo contra ambos é a expressão pura e simples do desconforto que ambos proporcionam.

Quanto a tão falada economia, não vivemos nos anos dourados. O boom das commodities passou, o Brasil entrou em recessão e a pandemia do coronavírus bagunçou a cadeia produtiva – além de mergulhar os países em recessão e inflação descontroladas. O petismo não terá a situação favorável dos anos 2000. Se Lula e seus asseclas esquerdistas imaginam que podem gastar rios de dinheiros com assistencialismos de todas as espécies, podem tirar o cavalinho da chuva.

Mas, é claro, o presidente Lula pouco se importa com a lógica da realidade. Um país frágil economicamente é o caminho para o Estado ser pai e mãe dos afetados com esse quadro, gerando bons dividendos políticos aos donos do poder. As esquerdas procedem dessa maneira em qualquer lugar do mundo, e no caso brasileiro não será diferente. Não foi, aliás: o Bolsa Família é o exemplo perfeito disso.

Quero muito estar errado, mas o futuro brasileiro é tenebroso. O desastre econômico lulopetista é real e próximo. Salve-se quem puder – se ainda houver como.

Foto de Carlos Júnior

Carlos Júnior

Jornalista

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