Planalto entra em "parafuso" e quer usar viagem à China para amenizar críticas

26/03/2023 às 12:30 Ler na área do assinante

Ainda está causando a maior polêmica a fala do ex-presidiário Lula (PT) sobre a investigação da Polícia Federal (PF) que desvendou plano do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa da América do Sul, para matar o ex-juiz federal da Lava Jato, Sérgio Moro (União Brasil-PR), e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, considerado a maior autoridade e estudioso sobre o grupo de bandidos.

Lula, que foi condenado à prisão por Moro e, horas antes do caso vir à tona, foi flagrado afirmando que sempre pensava em "f****" o ex-magistrado quando estava detido, minimizou os planos do PCC e ainda disse que tudo não passava de suposta "armação" do ex-Ministro da Justiça.

A declaração precipitada do petista, claro, não pegou bem. Na verdade, deixou o Planalto baratinado. Um ministro atrás do outro corria pra justificar o desatino do chefe de Estado. Mas, já era tarde.

Com repercussão tão negativa, a cúpula do Partido dos Trabalhadores, que tem "diálogo cabuloso" com o PCC, agora, só quer mandar Lula pra China, literalmente. E quase ele vai mesmo. 

A ideia era de que o ex-presidiário viajasse nesta sexta-feira (24) com uma imensa comitiva - imensa mesmo - para fazer a sociedade esquecer as declarações desastrosas. Mas, Lula passou mal e o encontro com o ditador Xi Jinping foi adiado.

Em 45 dias, a PF concluiu as investigações e prendeu 11 integrantes da facção, incluindo Janeferson Aparecido Mariano Gomes, identificado como o "cabeça" do plano para matar Moro e Gakiya. Ele é chefe nacional da "Sintonia Restrita", uma espécie de centro de inteligência que arquiteta ações contra autoridades para executá-las em favor da organização criminosa.

A PF conseguiu coletar provas dos celulares com conversas sobre o esquema de sequestro e assassinato, identificou os imóveis alugados, rabiscos de planos e até o sinal dos aparelhos telefônicos que indicam integrantes do PCC rondando vários endereços ligados a Moro. A suspeita da polícia é a de que a facção queria o ex-juiz federal morto, antes mesmo de assumir o cargo de senador.

Com provas tão contundentes, líderes do PT admitem reservadamente que Lula foi catastrófico ao jogar dúvidas sobre toda a apuração. E, como palavras lançadas são penas ao vento, o partido acredita que a única saída para despistar a atenção da imprensa e da população sobre o episódio é trazer resultados financeiros concretos das negociações com o gigante asiático.

da Redação
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