Narrador, estrela nos esportes da Globo, deixa a emissora após 35 anos

Primeiro Galvão Bueno, em seguida Jota Jr. (com 24 anos de casa) e agora Cleber Machado, que chegou à Globo em 1988.

Em menos de quatro meses, foram três dos mais reconhecidos narradores do país a deixar a emissora carioca, em uma onda sem fim de demissões e cortes que atingem a Rede Globo em todo o país e em todos os setores, há pelo menos dois anos e meio.

Com 60 anos de idade, Cleber Machado também foi editor chefe do departamento de esportes da emissora e apresentou diversos programas, entre eles o 'Globo Esporte' e o 'Bem Amigos', da Sportv, entre outros.

Narrando, ele cobriu todas as competições, com destaque para Copas do Mundo (a primeira em 1990, na Itália) e Olimpíadas (estreando em 1992, em Barcelona), além de participar também de transmissões do Carnaval, o primeiro em 1999.

Ainda nesta semana, a Globo também acabou com um quadro que empregava ex-árbitros de futebol, o ‘Central do Apito’. Assim, o casal de ex-juizes Sandro Meira Ricci e Fernanda Colombo foram demitidos, encerrando uma tradição iniciada em 1989, quando da chegada de Arnaldo Cezar Coelho ao canal.

Em nota, a emissora tentou esclarecer e amenizar a saída de Machado:

“O vínculo fixo de Cléber Machado com a Globo chega ao fim, mas as portas da empresa continuam abertas para novos projetos no futuro. Nos últimos 35 anos, Cleber Machado narrou grandes momentos do esporte brasileiro na Globo. Sua história profissional se mistura à história do esporte da Globo e, além de futebol, automobilismo, basquete, vôlei, atletismo, entre outras modalidades, ele mostrou versatilidade ao atuar também como apresentador e comentarista em programas da TV Globo e do sportv e ao ancorar transmissões de desfiles de Carnaval. Grande profissional, Cleber esteve presente nos principais eventos esportivos nacionais e internacionais ao longo das últimas décadas e contribuiu para alimentar a paixão do brasileiro pelo esporte, especialmente o futebol.”

Nota-se, entretanto, que a Globo vive uma desesperada corrida de cortes salariais e enxugamento de pessoal, dada a situação financeira calamitosa.

A empresa de comunicação acaba de ter sua concessão renovada, vejam só, pela caneta de Jair Bolsonaro, como um de seus últimos atos do mandato presidencial encerrado ano passado.

Enquanto tenta juntar os cacos para seguir em frente, deveria agradecer ao capitão por ainda existir.

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