Cartão de crédito: juros astronômicos, mas teóricos

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Os juros dos créditos rotativos dos cartões de crédito, são astronômicos, mas a taxa anual de mais de 400% ao ano é uma construção teórica pela anualização da taxa mensal.

Não ocorre na prática, seja porque as dívidas não se prolongam por um ano, sendo liquidadas antes ou porque são renegociadas, com substancial deságio. 

O prazo médio de liquidação do crédito rotativo é de 15 dias. Para cobrir um desequilíbrio contingencial o usuário do cartão de crédito é obrigado a recorrer à agiotagem oficial, pagando em torno de 0,5% ao dia.  Significa que de cada R$ 1.000,00 de divida no rotativo, ele terá que pagar R$ 5,00 por dia. Não parece muito, mas na fatura seguinte terá um acréscimo da ordem de R$ 200,00. Em menos de 5 meses já estará devendo o dobro, por conta dos juros cumulativos. 

A principal razão são os subsídios cruzados. O sistema financeiro carrega sobre o devedor do crédito rotativo e /ou cheque especial todas as eventuais perdas ou redução de margens dos outros financiamentos.

Isso decorreria de imposições governamentais, principalmente na era PT, aos bancos de conceder crédito rural, credito habitacional e outros a juros baixos, com margens reduzidas.

Para recompor as margens carregaram sobre o cheque especial e crédito rotativo. Mas dado o impacto psicológico do tamanho dos juros os bancos terão que reduzí-los, buscando outras compensações.

A principal medida que está sendo buscada pelas autoridades econômicas é eliminar ou reduzir os subsídios nos financiamentos e limitar o cruzamento ou transferência dos subsídios.

Os juros do cartão de crédito vão baixar. As taxas dos financiamentos habitacionais vão subir. Assim como todos os empréstimos com juros subsidiados.

Jorge Hori

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Jorge Hori

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