O peixe morre pela boca... Deixem Lula falar!

20/03/2023 às 13:12 Ler na área do assinante

O presidente Lula cometeu mais um "sincericídio" durante a cerimônia de lançamento do novo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Pronasci II, e de entrega de viaturas para Delegacias Especiais da Mulher e para Patrulhas Maria da Penha, no Palácio do Planalto.

Ele falou sobre presidiários e presídios e, vamos combinar, nenhum outro presidente tem mais conhecimento de causa do que Lula da Silva para tratar desse assunto:

"Esses dias, eu estava conversando com o ministro Silvio Almeida [Direitos Humanos e da Cidadania], e eu falei: 
'Silvio, se você pegar a Defensoria Pública e juntar alguns advogados e vocês começarem a visitar todas as delegacias brasileiras para a gente ver quanta gente que está presa sem nunca ter sido ouvida por um advogado, sem nunca ter sido visitada por um juiz'. 
Ou seja, as pessoas são presas e são confinadas", declarou.

Boa ideia, presidente... O Ministro Silvio Almeida poderia começar pela Papuda e pelo presidio feminino ‘Colméia’, ambos em Brasília, onde estão presos centenas de brasileiros que sequer tiveram audiência de custódia (a eles foi concedido um simulacro de audiência de custódia, fora do prazo estipulado e onde o juiz da causa estava desautorizado a conceder a liberdade, mesmo daquele que o magistrado julgasse inocente !?!).

Empolgado, Lula continuou:

"Quando você é famoso e você vai preso, aparecem 30 advogados. Você nem pede e aparecem. Agora, quando você é pobre, negro e mora na periferia, você vai ficar um ano na cadeia. Se a família não for tinhosa, não for briguenta, não tiver gritando todo o dia, não vai receber nenhum advogado para fazer a sua defesa."

Novamente, Lula está corretíssimo. Eu conheço um famoso que ficou preso em Curitiba e cuja defesa foi feita por tantos advogados que eles formaram um grupo depois, chamado de ‘Permissivas’ ou algo assim.

Conheço outro famoso que foi condenado a mais de 300 anos de prisão, ficou apenas 6 anos preso, saiu e dá entrevista chorando e acusando que o juiz que o prendeu é fascista. Aliás, o juiz que o prendeu, foi afastado pelo Conselho Nacional de Justiça.

Em 2020 um narcotraficante brasileiro, perigosíssimo, líder da maior organização criminosa do país, foi condenado em segunda instância por tráfico internacional de drogas, e sentenciado a penas que totalizam mais de 25 anos de reclusão e acabou sendo solto num sábado, via liminar. Ele teria que se apresentar à justiça 30 dias depois, mas acho que ele esqueceu porque, no mesmo dia da soltura, pegou seu jatinho e se pirulitou para o Paraguai.

Dias depois, o mesmo magistrado liberou mais 79 presos, baseado no mesmo argumento.

Lula disse, ainda:

“Nós queremos que a cadeia esteja cheia de pessoas que cometeram crime, mas não queremos que a cadeia esteja cheia de gente inocente, como nós temos hoje no país”.

Nós também, presidente. O duro é que muitos dos que deveriam estar presos, estão soltos, usufruindo do dinheiro ilícito e posando de vítima. Um grande amigo do presidente compôs uma música premonitória sobre o assunto ainda nos anos 1970:

Agora já é normal,
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro com aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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