O Brasil, a Suíça, os políticos e as fraldas

18/03/2023 às 06:00 Ler na área do assinante

"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão”. (Anônimo).

Em mais uma declaração bombástica, segundo os “doutos jornalistas-lambe-botas” do jornal o Globo, o ser inominável que nunca leu um livro, mas governa 210 milhões de brasileiros, afirmou em reunião com prefeitos em 14/03/2023:

- “Uma vez nós tivemos um presidente que dizia: ‘ah, eu não gosto de ser presidente, eu não deveria estar aqui’. Quero dizer para vocês: eu gosto de ser presidente e gosto de estar lá para provar que é possível a gente fazer as coisas que tem que fazer”.

Segundo o jornal, essa foi uma provocação ao governo Bolsonaro que em 2021, afirmou que não sabia “onde estava com a cabeça” quando decidiu concorrer à Presidência da República. Também afirmou que não era fácil ocupar o cargo.

E continuou:

- “Tem gente que diz: eu não gosto de político porque político não presta, político é tudo ladrão. Mas o político a cada quatro anos ele vai para rua colocar o nome dele em julgamento para ser xingado para ser avacalhado”.

E grosseiramente afirmou:

- “Aprendi a ser político, aprendi a gostar de política, aprendi a respeitar os políticos. Prefiro um político competente do que um técnico porque o político entende um pouco de tudo e muitas vezes o técnico não entende de nada. O técnico tem que ter um chefe e esse chefe é um político”.

A Suíça é um país riquíssimo, tem sua economia baseada nos serviços e um setor industrial forte voltado para exportações. Famosos são os relógios suíços. Não os políticos. Na verdade você nunca ouviu falar de um político suíço. Você não sabe o nome do presidente da Suíça. Você nunca ouviu frases gabolas de presidentes suíços. Nunca ouviu que eles “gostam de ser presidente”.

Mas todos os governantes da analfabeta e alienada América Latina “gostam de ser presidente”. Eles divulgam dia e noite seus nomes, para que os governados jamais esqueçam quem é que “gosta de ser presidente e quem manda”. Na pátria brasileira, governada por esquerdistas, esse esforço de fazer lembrar ao povo “quem gosta e quem manda” recebe uma ajuda monstruosa do “consórcio de imprensa” que sem qualquer escrúpulo elogia idiotices sem analisá-las.

Vereadores, Prefeitos, Deputados, Senadores, Governadores, os nove “ministros progressistas” do supremo e principalmente o presidente estão na mídia, dia e noite, sempre lembrando ao povo que eles são os salvadores da pátria, indispensáveis, e gostam de seus cargos.

Na rica Suíça os estados são chamados de “cantões” e por lá os habitantes falam quatro idiomas: francês, alemão, italiano e romanche. Nem todos dominam as quatro línguas. Normalmente, eles dominam o idioma falado na região onde moram, sendo o alemão a língua predominante. A Suíça só entrou para a ONU em 2002. Não entrou para a União Européia e nem pretende entrar. O governo federal não pode editar medidas provisórias e não tem poder de veto.

O presidente da Suíça não tem praticamente nenhum espaço nas discussões políticas e econômicas que ocorrem no país. São os técnicos e especialistas da área que estudam e dão solução aos problemas do país.

Parece que a rica Suíça gosta mais de Técnicos, gente especializada que estudou problemas a fundo, do que a opinião tosca, grosseira, pernibamba do ser iluminado que foi eleito no Brasil.

Os cantões suíços ou estados são os responsáveis pelo equilíbrio da política e os mais os conservadores são todos aqueles que estão fora das grandes cidades, como Zurique, Genebra e Berna (a capital).

A população das comunidades menores rejeita a ideia de ter um governo distante e centralizado em uma capital nacional. Como resultado, os suíços continuamente rejeitam propostas progressistas, como a ideia sem noção dos “verdes/comunas” de abolir a energia nuclear.

Agora, veja o que fizeram os cidadãos da Suíça, conscientes, alfabetizados, equilibrados e realistas: em 2016 os políticos suíços incorporaram o espírito dos politiqueiros do Brasil, aqueles que “gostam de ser presidente”, então inventaram votar uma proposta que beneficiaria cada cidadão suíço “só por existir”:

- “A Suíça irá votar se os cidadãos suíços ou residentes devem receber cerca de 2,5 mil franco-suíços (ou R$ 9,7 mil) por mês - independentemente se estiverem desempregados ou trabalhando. Pela proposta, crianças também receberiam 625 francos suíços (R$ 2,4 mil). O benefício custaria 208 bilhões de franco-suíços (R$ 814 bilhões) ao governo por ano - dos quais 150 bilhões (R$ 587 bilhões) seriam levantandos através de novas taxas e outros 55 bilhões (R$ 215 bilhões) viriam dos gastos do governo com seguro e assistência social. Se a proposta for aprovada, a Suíça se tornará o primeiro país do mundo a oferecer uma renda mensal a todos que moram no país”.

Um espetáculo de bolsa-família! 

Em junho de 2016, a proposta foi colocada em votação (referendo) e a ideia genial foi recusada por 78% dos cidadãos que participaram da votação. Os suíços alegaram que a distribuição de dinheiro enfraqueceria a economia suíça.

A Suíça não participa de conflitos armados, a menos que seja atacada.  É um estado neutro. Mas as forças armadas da Suíça são modernas e bem treinadas, e o serviço militar é obrigatório.

Riquíssima, alfabetizada, neutra, com forças armadas modernas, a Suíça trabalha silenciosamente e fabrica os chocolates mais famosos do mundo sem possuir em seu território um pé de cacau.

Não gosta de ruídos, muito menos de fanfarronadas. Criou leis onde “o eleitorado possui o poder final de veto sobre o projeto de lei. Se qualquer pessoa conseguir encontrar, em três meses, 50.000 cidadãos dispostos a assinar uma petição pedindo um referendo sobre esse projeto de lei, um referendo será marcado. Para que um referendo seja aprovado, o projeto de lei precisa ser apoiado apenas pela maioria do eleitorado nacional, e não pela maioria dos cantões. É comum a Suíça fazer mais de dez referendos em um determinado ano”.

Esse sistema de pesos e contrapesos, representado tanto pelos cantões agressivamente localistas quanto pela ferramenta da democracia direta, tornou a Suíça particularmente resistente ao crescimento do poder do governo, e um dos poucos bastiões da liberdade na Europa.

Como ultima informação, “... a culta Suíça não possui apenas um chefe de Estado, mas um Conselho Federal de sete membros, que formam o gabinete e se alternam na presidência por um ano”. Ignazio Cassis era o presidente da Suíça em 2022. Neste ano de 2023 foi eleito Alain Berset.

A Suíça não acredita em políticos salvadores da pátria, muito menos naqueles políticos que “gostam de ser presidente”.

Assim, todo ano tem um novo presidente na Suíça. Imagino que os suíços façam essa rotatividade de presidentes para que eles “não gostem de ser presidente”, ou porque entenderam que eles devem ser trocados “pelos mesmos motivos que as fraldas são trocadas”.

Segundo o jornalista Bill Wirtz, em artigo publicado no site Mises, há uma piada antiga que circula na Suiça: “não há corrupção na Suíça porque as pessoas simplesmente não sabem onde estão os políticos que elas devem tentar subornar para conseguir favores”.

Obs.: as informações do texto foram obtidas nos sites: época/negócios, BBC News, Mises, SWI swissinfo.ch, globo, poder 360, Veja, Eurodicas.

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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