A conta vai sobrar para os mais pobres: Gasolina volta a disparar

17/03/2023 às 12:27 Ler na área do assinante

O preço da gasolina, possivelmente o principal puxador da inflação em cadeia, já é considerado o terror para o bolso do consumidor.

Depois que o Governo Lula optou pela volta da cobrança dos tributos federais (PIS/Cofins) nos combustíveis, o preço médio da gasolina no país ficou em R$ 5,88, agora, na primeira quinzena de março. Aumento de 9,04%, se comparado a fevereiro de 2023.

O levantamento foi feito pelo Índice de Preços Ticket Log (IPTL), que analisou o valor cobrado pelos postos de combustíveis de várias regiões do Brasil.

No Sudeste, por exemplo, a alta chegou em 8,49% e a gasolina foi comercializada a R$ 5,65. Mas, na Região Norte, onde foi constatado o maior valor, o preço subiu 9,85% e o litro ficou em R$ 6,23, muito maior que a média nacional.

Agora, se o acréscimo for analisado por estado, o Amazonas está destaque. Por lá, o preço da gasolina teve aumento de 16,25%, só em março, pulando de R$ 5,63 para R$ 6,55. Só não foi maior do que o de Roraima, cujos postos estão cobrando o litro a R$ 6,63, o maior índice do Brasil.

O preço médio do etanol também apresentou uma dilatação média a nível nacional de 3,81% e o valor ficou em R$ 4,60. Mas, o Norte teve um acréscimo de 5,16%, fechando a R$ 5,01, o maior entre as regiões.

O aumento dos combustíveis pressiona o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador de inflação no país, sempre para cima e, portanto, o Brasil deve registrar aumento significativo e em cadeia nos próximos meses.

Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, a gasolina compromete 5% do orçamento familiar mensal e isso significa que "para cada um porcento de aumento (no preço da gasolina), influencia a inflação em 0,05 ponto percentual (no IPCA)".