Revelado o esquema de extorsão e ameaças de José Rainha

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Quem disse que o crime não é organizado? Que o diga o ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e, agora, dirigente de uma tal Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha Júnior.

Rainha e outros dois líderes da FNL, Luciano de Lima e Cláudio Ribeiro Passos, foram presos, no início de março, acusados de associação criminosa e extorsão. É que, de acordo com investigações da polícia, o grupo utiliza a maldafada 'Frente Nacional' para invadir terras alheias e, logo depois, cobrar dinheiro dos proprietários para deixar o local ou permitir atividades rotineiras de plantio e criação de animais.

Tudo começou no Pontal do Paranapanema, onde há muitas terras produtivas e é um ponto de conflito entre posseiros e proprietários. O inquérito policial apontou que, de 2021 até 2022, a FNL, de José Rainha, esteve envolvido em, pelo menos, seis casos de extorsão, que ocorre de forma muito simples: as fazendas são invadidas e o grupo de terroristas dá início a uma quebradeira no local para forçar os donos do imóvel a pensarem rápido em uma solução e acabar aceitando a extorsão. Em seguida, os proprietários têm que "confiar" na palavra de Rainha de que os invasores deixarão o mais rápido possível o lugar.

- Ameaças no sentido de que se entrarem no local, os invasores irão iniciar a prática de vandalismo e ainda impedir o manejo e trato do gado - contou uma vítima.

E o preço era, absurdamente, "tabelado" de acordo com os bens na fazenda, a quantidade de gado e outras criações e o tamanho da propriedade. Houve casos de vítimas que tiveram que pagar, inicialmente, R$ 10 mil só para ter o "direito" de continuar alimentando os animais. Em outra ocasião, eles cobraram R$ 100 mil para que um produtor de soja pudesse fazer a colheita do produto. E a situação mais estapafúrdia foi um proprietário de Rosana (SP), que relatou ter sido cobrado em R$ 2 milhões para receber de volta a terra de 20 alqueires.

José Rainha é o líder da associação criminosa, mas segundo a polícia, tem como "segundo e terceiro escudeiros", Luciano de Lima e Cláudio Ribeiro, nessa restrita hierarquia.

- Há uma escala hierárquica entre eles. Os atos de extorsão normalmente eram encetados diretamente por Luciano com a participação, ciência e comando do senhor José Rainha. Pelo menos é isso que os elementos de informação e as provas correlacionadas nos autos nos apontaram. E, muitas vezes, o Cláudio também, com a participação direta ali, na recolha desses valores extorquidos e pagos pelos proprietários ou pelos arrendatários, porque se viam, na verdade, sem opção. Daí a caracterização, de fato, no nosso entender, do crime de extorsão - explica o delegado Ramon Guarnieri Pedrão.

Os três estão presos para garantia da ordem pública, mas a polícia constatou que a maioria dos proprietários se rendeu às ameaças e pagou os valores para resolver o problema mais rapidamente, antes de ter o trabalho de anos destruído pelos posseiros.

A defesa dos três acusados vai ingressar com pedidos de Habeas Corpus para que eles possam responder em liberdade.

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Fonte: Gazeta do Povo

da Redação Ler comentários e comentar