O "disfarce" de Alckmin... A arapuca está armada!
24/02/2023 às 12:49 Ler na área do assinanteA “dobradinha” venceu a eleição presidencial de outubro de 2022, formada por Lula da Silva, do PT, e Geraldo Alckmin, do PSB, foi uma manobra política muito bem articulada pela esquerda brasileira. Na cabeça “burra” de expressiva parcela do eleitorado brasileiro, Alckmin teria representado mais ou menos a “temperança” do “vice” de Lula, entre 2003 e 2007, o empresário José Alencar.
Portanto Geraldo Alckmin “amenizou” a imagem radical de esquerda que tinha com Lula. ”Era” esquerda. Mas não tanto assim!
A recente acusação feita por Lula em Buenos Aires de que a queda de Dilma Rousseff, por impeachment, em 2016, teria sido um “golpe”, na frente de toda a sua ”cupinchada” do Foro de Puebla (ex-Foro San Pablo), ”ofendeu” em cheio Michel Temer, que na época era “vice” de Dilma, e que teve de largar o disfarce de cara de “santo” que conseguira manter, tendo concluído o mandato de Dilma, até 31 de dezembro de 2018, com Bolsonaro assumindo no dia seguinte.
Lula exagerou chamando de “golpe” o impeachment de Dilma. Mas na verdade a fronteira entre o golpe e o impeachment sempre é muito tênue. O impeachment é um julgamento político, não jurídico. Por isso não é preciso nenhum fundamento jurídico para ocorrer o “impedimento”. Basta o Parlamento julgar procedente o crime de responsabilidade, mesmo pelo aspecto meramente político, que já será o bastante para decretação do impeachment.
E nem o Poder Judiciário terá o direito de intervir para dizer se houve ou não crime de responsabilidade. Essa decisão é poder soberano do Parlamento.
Na política brasileira, Geraldo Alckmin sempre foi uma espécie de “coringa”, invariavelmente a serviço da esquerda.
Quando Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso acertaram a “estratégia das tesouras”, no chamado “Pacto de Princeton”, em 1992, nos Estados Unidos, com base nas dialéticas de Hegel e Karl Marx, considerando que as duas lâminas de uma mesma tesoura partem de direções opostas, mas acabam se encontrando no “corte”, ficou acertado que a esquerda brasileira sempre concorreria à Presidência com dois candidatos, um radical e outro mais moderado, porém sempre assegurada a vitória à esquerda, com um ou outro.
Deu certo. A esquerda começou governando com o “moderado” FHC, que se reelegeu, governando de 1995 a 2003, quando foi substituído por Lula, que também se reelegeu, governando de 2003 a 2010. Depois veio Dilma de 2010 a 2016, que impichada deu lugar a Temer. Em 2019 assumiu Bolsonaro, que deu lugar novamente para Lula, em 2023.
Alckmin chegou a concorrer à Presidência, pela esquerda moderada do PSDB, mas não conseguiu eleger-se, vencido pelo PT.
Detalhe importante é que o rodizio do “Pacto de Princeton” sempre teve Alckmin como um dos principais protagonistas, eternamente à “espreita” da sua própria eleição. Até hoje não deu. Mas não se sabe o “amanhã”.
Será que Geraldo Alckmin conseguirá convencer alguém de que ele realmente abandonou o PSDB e não foi um abandono só para “inglês ver”? Que não teria havido uma mera nova modelagem das “figuras” do Pacto de Princeton, de modo que Alckmin simulasse a sua saída do PSDB e disfarçasse o seu ingresso no PSB, tão somente para “enganar a torcida”? E dar um novo formato, talvez mais “rebuscado”, no “Pacto de Princeton”?
Porventura Alckmin não estaria articulando dar uma “rasteira” no “chefe” Lula para tomar o seu lugar, no momento mais oportuno, como umas certas “más línguas” que andam por aí disseram que Temer fez com Dilma? Temer e Dilma? Alckmin e Lula?
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado, sociólogo, pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).