Estadão se arrepende...

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O centenário jornal paulistano, O ESTADO DE SÃO PAULO (o Estadão) um dos três maiores do país, fez parte do ‘consórcio de imprensa’ que dedicou os últimos quatro anos a sabotar o governo Bolsonaro e promover Lula, omitindo os gravíssimos processos onde ele foi réu.

Agora, assustado com a sede de vingança dos petistas, o jornalão revê sua posição em editorial. Segundo o Estadão, o Diretório Nacional do PT que aprovou uma resolução crivada de ressentimentos e mentiras, tenta reescrever a história recente do país:

“Quem lê aquele documento sai com a nítida impressão de que o Brasil tem uma dívida praticamente impagável com os petistas, sobretudo com a sra. Dilma Rousseff e com o presidente Lula da Silva. O único objetivo parece ser reescrever a história recente do país para lavar a alma da militância depois de uma série de reveses políticos e judiciais sofridos", escreve o editorial.

O Estadão aponta que Lula se recusa a ‘descer do palanque’ e administrar o país, ele parece preferir tentar lavar sua honra e se vingar daqueles que, com fatos, o denunciaram e processaram pelos sucessivos escândalos de corrupção. O editorialista continua:

"Ao que parece o triunfo eleitoral de lula na difícil eleição presidencial passada, aos olhos dos petistas, tem o condão de autorizar o presidente a privilegiar os interesses particulares do PT e trair a aspiração maior de muitas forças políticas (consorcio incluído) que o apoiaram no segundo turno da eleição de 2022."

Uma pena que o Estadão não aproveitou para fazer o seu ‘mea culpa’, uma vez que o grupo colaborou decisivamente para esse 3º mandato, um erro grosseiro.

Esse texto estranhamente publicado numa terça de carnaval, quando o índice de leitura é baixíssimo, termina assim:

“O rancor nunca foi um bom guia. Do presidente Lula se espera a grandeza de compreender que, nessa quadra histórica do País, é justamente a diversidade que deve prevalecer e não o espirito de corpo”.

Primeiro, o Estadão apoia um candidato que liderou o maior esquema de corrupção do mundo nos últimos 50 anos, que atingiu mais de 40 países e apesar de ter terminado em pizza no Brasil, mundo afora provocou prisões, devolução de milhões de dólares, cassação de presidentes, assassinatos e até suicídio de um ex-presidente.

E o Estadão sequer pode alegar desconhecimento pois o jornal noticiou essas denúncias com grande destaque desde 2013 a 2021.

Mais do que um editorial, o Estadão não deve desculpas apenas aos brasileiros. O Estadão e seus jornalistas devem desculpas à História.

Foto de Eduardo Negrão

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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