O jogador Robinho, ex-craque Santos e da Seleção Brasileira, foi condenado por estupro coletivo de uma jovem albanesa dentro de uma boate em Milão.
No dia 31 de janeiro, usando canais diplomáticos, a justiça italiana lembra o pedido de extradição de Robinho que foi negado e sugere que na impossibilidade de extraditar o ex-jogador que ele cumpra pena no Brasil:
"O governo italiano pede que o caso seja submetido a competente autoridade judiciária brasileira para que autorize, conforme a lei brasileira, a execução da pena de 9 anos de reclusão infringida a Robson de Souza (o Robinho) pela sentença do tribunal de Milão em data de 23 de novembro de 2017 tornou-se definitiva em 19 de janeiro de 2013."
Semanas atrás, o ministro da Justiça Flávio Dino aventou a possibilidade de Robinho ser preso aqui no Brasil:
"A própria Constituição Brasileira proíbe a extradição de brasileiros natos agora, pode em tese, a ver esse cumprimento de pena, mas é algo a ser examinado posteriormente quando isso efetivamente tramitar", disse o ministro.
Aqui se impõe um dilema ao PT, daria esse governo um tratamento mais duro a Robinho do que foi dado ao assassino italiano Césare Batistti que só foi extraditado quando Michel Temer chegou ao poder?
Outro detalhe, a prisão de Robinho aqui no Brasil por um crime cometido na Itália criaria uma jurisprudência que poderia atingir, hipoteticamente, políticos brasileiros que participaram de esquemas de corrupção no exterior.
E aí, bem... Fica complicado, né?
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.