Em situação desesperadora, Americanas tenta cartada final e imoral

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Um veterano professor da PUC-SP disse, certa vez, que se você buscar nos Código Penal, Código Civil, Código de Processo Civil, CLT, Código Tributário Nacional, Código Comercial, Código de Defesa do Consumidor, Código de Defesa do Consumidor até receita de bolo de casamento você encontra.

No inicio dessa semana os advogados das (baqueadas) Lojas Americanas pediu à Justiça, proteção contra cortes de energia, telefonia e internet por dívidas – isso só existe no Brasil – mas aí eles avançaram e partiram para o Reino de Nárnia. Não apenas as Lojas Americanas querem obrigar prestadores de serviços a trabalharem para eles sem receber e já com uma grande passivo acumulado, eles também pedem uma multa diária de R$ 100 mil para manter os serviços funcionando.

Não entendeu? As Lojas Americanas querem que as empresas que se recusarem a trabalhar para eles de graça, sejam multadas!!! Ou seja, eles dão um calote bilionário que pode levar cerca de 15 outras empresas à falência e querem impor sanções aos credores. Na petição, a companhia pede que Enel (São Paulo) e Light (Rio de Janeiro) mantenham o fornecimento do serviço de energia em suas lojas. A varejista pede ainda que a Internet não seja cortada por falta de pagamento. 

Você já sabe como funciona no Brasil, é o bandido que prende o xerife! 

As Lojas Americanas reclamam que ficaram com o caixa quase vazio após sofrer bloqueios judiciais. Ué, não é isso que acontece com todas as pessoas e empresas endividadas? Bem-vindo ao meu mundo, Jorge Paulo Lemann. 

As Centrais Sindicais entraram com ação na Justiça pedindo bloqueio de R$ 1,5 bilhão da conta pessoal dos sócios de referência da varejista, Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Esse é outro milagre brasileiro, a pessoa jurídica vai a falência e as pessoas físicas responsáveis ficam milionários (ou seria, bilionários)

Foto de Eduardo Negrão

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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