Começo falando sobre Marina Silva.
Esta senhora iniciou-se na política filiando-se ao Partido Revolucionário Comunista, organização marxista que se abrigava no Partido dos Trabalhadores, PT. Foi Ministra do Meio Ambiente do governo Lula, entre 2003 e 13 de maio de 2009. Neste mesmo ano sai do PT, filia-se ao PV para concorrer à vice-presidência da República, na chapa de Eduardo Campos. Com a morte de Campos em acidente aéreo, Marina Silva tornou-se candidata, competindo com a ungida por Lula, Dilma Rousseff, em 2010.
Marina Silva esteve no governo Lula por quase todo os seus dois mandatos. Ali ela atravessou toda a crise do Mensalão sem proferir um único comentário sobre a bandalheira petista que viera a público. Na minha interpretação, feita ao longo do escândalo, o espontâneo ‘obsequium silentium’ (silêncio obsequioso) de Marina era um silêncio CÚMPLICE, na esperança de que fosse ela a escolhida candidata pelo dono do PT, Lula, ao pleito de 2010. Só quando ficou clara a opção do poderoso chefão (Lula) por Dilma Rousseff é que Marina Silva saiu do governo e do PT, em 2009. A partir deste evento, minha convicção de que Marina Silva era pessoa séria e honesta foi (vamos colocar isto de maneira polida) abalada. Mas continuei dando a ela o benefício da dúvida: teria calado apenas para, quando a unção chegasse, aproveitar para corrigir a bandalheira do governo Lula. Os fatos supervenientes me convenceram do contrário: Marina Silva era apenas uma carreirista política, capaz de se curvar a tudo, desde que isto lhe garantisse oportunidades políticas.
Eu sempre disse que o PT é uma máquina de triturar reputações, através de mentiras e de mistificações sórdidas. O caso de Marina Silva, durante a campanha eleitoral de 2014, é emblemático desta afirmação. Naquela campanha Marina Silva tinha reais chances de ganhar as eleições e, de fato, liderava as pesquisas eleitorais.
Foi quando o PT pôs em operação sua máquina de destruição de reputações, seguindo os ensinamentos do guru da seita, Lula, sempre moendo o vernáculo: “Prá gente ganhá eleição, a gente faz o diabo.” Esta é a versão lulopetista do ensinamento do guru de outra seita, o comunismo. Segundo Lênin a ordem era: "Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é." E Marina Silva, na campanha de 2014, foi covardemente trucidada com falsidades, vídeos terríveis, cruéis e desonestos montados pelo PT contra ela. Em consequência, sua queda naquela corrida eleitoral foi vertiginosa, como sabemos.
“Nunca antes na história desse país”, como falava o apedeuta, a face cruel, monstruosa mesmo de Lula e de sua organização criminosa foram tão expostas.
Fosse Marina Silva uma cidadã normal, com os brios de uma pessoa normal, não suportaria, a partir daquela campanha, ouvir falar do monstro cruel, Lula, que a desmontou politicamente perante o eleitorado de 2014. Não foi o caso. Em 12/09/2022 ela surge diante das câmeras ao lado do seu cruel algoz, dando seu apoio a Lula para o retorno à CENA DO CRIME, o Palácio do Planalto. Recebeu até os notórios tapinhas no rosto do ex-presidiário; tapinhas tão do agrado de um certo ministro do TSE. Sabemos agora o preço do seu apoio a Lula: o ministério de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas. Coisa vergonhosa!
O caso Alckmin, ao aceitar ser vice de Lula, me parece ainda mais desavergonhado do que o apoio de Marina Silva.
Foi Alckmin quem cunhou a frase “Lula quer voltar à cena do crime.” Isto ocorreu em 9/11/2017, quando Alckmin assumiu a presidência do PSDB. Em seu discurso de posse, Alckmin assim se expressou, ‘ipsis verbis’:
“Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder, ou seja, ele quer voltar à cena do crime. Nós o derrotaremos nas urnas. Lula será condenado nas urnas pela maior recessão da história”
Realmente, Lula é o mais corrupto político jamais gestado em uma democracia ocidental. E Alckmin apenas externou um sentimento nacional de toda a pessoa de bem e razoavelmente esclarecida. Condenado em todas as instâncias judiciárias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula foi “descondenado” (mas não isentado de culpa) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e tornou-se candidato à presidência da República graças àquela Corte que, há anos, atua com forte viés político. Mas, em 2022 o próprio Alckmin engoliu o que dissera de Lula e passou a ajudar o ex-presidiário a ocupar a tal cena do crime. Não se pode esperar coisa mais abjeta e cínica do que esta ‘conversão’ de Alckmin.
O Brasil, por ESQUECIMENTO e IGNORÂNCIA braba dos seus piores eleitores – aqui incluídos muitos docentes e alunos de universidades públicas - já formara o pior, o mais corrupto e mais medíocre estamento político das democracias ocidentais.
Pior ainda, por falta de memória, de entendimento das coisas e, acima de tudo, com muita parcialidade e autocracia, revogou-se a Constituição da República para fazer retornar à CENA DO CRIME (Palácio do Planalto), um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em dois processos-crime, nas três instâncias judiciárias competentes. Foi neste quadro que nasceu e vingou a candidatura Lula e a de seu vice, Alckmin. Não sei se Alckmin leu alguma vez a sentença de Napoleão Bonaparte:
“Do sublime ao ridículo, é só um passo.”
Se leu, cara de pau que é, não ligou.
José J. de Espíndola
Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.