A caneta do túnel do tempo de Lula e a mentira deslavada

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Por ocasião da inautêntica e teatral posse do anteposto presidente do Brasil neste ano, entre muitas nuances que fugiram (a galope) dos protocolos inerentes a uma solenidade desta envergadura, como a ausência da Cavalaria da Guarda Dragões da Independência, performances de aviões da FAB e a salva de 21 tiros de canhões, veio à tona uma situação que retrata o caráter da figura ora exposta aqui - a caneta da posse.

A vexaminosa situação se deu a partir da “historinha” contada pelo escolhido Lula ao assinar a posse, onde exibiu sua caneta branca e preta. Antes, deixe-me apresentá-la. Trata-se de uma Mont Blanc F.Scott Fitzgerald da série Writers Editions que homenageia autores célebres da literatura mundial.

Este modelo foi lançado em 2002 em consagração a este escritor americano. A caneta tem corpo de resina de madrepérola brilhante, tampa preta contrastante e acabamento em prata de lei AG925. Custa, aproximadamente, R$6.000,00.

Narrada pelo próprio pinóquio do agreste, eis o que ele diz:

"Eu estou vendo aqui o ex-governador do Piauí, companheiro Wellington (Dias)... eu queria contar uma história. Em 1989, eu estava fazendo comício no Piauí. Foi um grande comício, depois fomos caminhar até a igreja São Benedito. Ao terminar o comício, um cidadão me deu essa caneta e disse que era para eu assinar a posse, se eu ganhasse as eleições de 1989.
Eu não ganhei as eleições de 1989, não ganhei em 1994, não ganhei em 1998. Em 2002, eu ganhei as eleições e, quando cheguei aqui, tinha esquecido a minha caneta e usei a do senador Ramez Tebet.
Em 2006, assinei com a caneta aqui do Senado. Agora, eu encontrei a caneta. E essa caneta aqui, Wellington, é uma homenagem ao povo do Piauí."

O cara deve ter um túnel do tempo só seu... Ele tem uma caneta que ganhou em 1989, mas que só foi lançada em 2002.

É por essas e outras que damos valor aos ditos populares, e neste caso, cabe aquele que diz: A mentira tem pernas curtas. 

Fonte: Exame

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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