Vilão nas ruas, confronto com o Judiciário marca a definitiva derrocada de Renan
07/12/2016 às 07:04 Ler na área do assinanteRenan Calheiros está em ‘parafuso’. Sempre frio e calculista, ultimamente o senador abandonou esse estilo e passou a viver perigosamente, acumulando confusões e afrontando todas as ameaças que se apresentavam em seu caminho.
O resumo da ópera é que dia-a-dia vem sendo golpeado e, por ora, está visivelmente cambaleante.
O primeiro golpe mais dolorido veio quando o juiz federal Vallisney Souza de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou a busca e apreensão nas dependências do Senado e mandou prender quatro membros da polícia legislativa que estavam obstaculizando o andamento das investigações da Operação Lava Jato.
Renan reagiu e ofendeu o magistrado. Foi seu grande erro. Acabou por despertar a ira da própria presidente do Supremo Tribunal Federal ministra Carmen Lúcia, que com a firmeza e a delicadeza feminina, se posicionou em defesa do juiz. Aliás, a declaração da ministra foi mais um golpe dolorido contra Renan.
Carmen Lucia foi categórica e disse que a ofensa ao magistrado de 1ª instância era uma agressão a ela própria e a todos os membros do Poder Judiciário.
Disse ainda, que a maneira correta de manifestação contra decisões judiciais é nos autos processuais, utilizando os recursos proporcionados pela legislação.
Não tardou para que Renan fosse novamente atingido por mais um golpe fulminante. O STF, por maioria de seus membros (8 a 3), tornou Renan réu, em um dos 12 inquéritos que há muito tempo estavam adormecidos na Corte.
O presidente do Senado, desaforado, ainda buscou a reação. De maneira açodada, tentou votar o projeto de lei de abuso de autoridade, contrapondo-se aos anseios da sociedade.
Sofreu derrota massacrante entre os seus próprios pares. Percebeu, certamente, que estava sendo abandonado.
Ato contínuo, já extremamente atordoado, veio à decisão que o afastou da presidência.
Assim, após tantas derrotas, o fim de Renan é previsível.
De qualquer forma, o seu maior erro foi investir contra o sentimento popular.
Pagará muito caro. Pode demorar, mas fatalmente será preso.
Amanda Acosta
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da Redação