“YESTERDAY, December 7, 1941 a date which will live in infamy the United States of America was suddenly and deliberately attacked by naval and air forces of the Empire of Japan.” (Franklin, Delano Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos)
Uma tradução livre da citação acima:
“Ontem, 07 de dezembro de 1941, uma data que viverá na infâmia, os Estados Unidos da América foram repentinamente e deliberadamente atacados por forças navais e aéreas do Império do Japão.”
Trata-se de um trecho do discurso proferido no Senado dos Estados Unidos pelo então Presidente, solicitando a Declaração de Guerra ao Império do Japão. O pedido foi aprovado por unanimidade e as consequências estão escritas na História da Segunda Guerra Mundial. Sete de dezembro de 1941 ficou realmente gravado na História dos Estados Unidos como o DIA DA INFÂMIA, segundo expressou Franklin Delano Roosevelt.
Este fato histórico serve-me para lembrar aos brasileiros que, além de honrados, sabem ler e pensar, que estamos próximos de termos nosso próprio DIA DA INFÂMIA, o 1º de janeiro de 2023.
Neste dia, 01/01/2023, retornará à presidência da República um indivíduo que - fosse nossa Suprema Corte uma instituição justa e honorável - deveria estar cumprindo pena de encarceramento por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, segundo condenações, em dois processos-crime, na 13ª Vara Federal de Curitiba, confirmadas por unanimidade na 8ª Turma (três desembargadores) do Tribunal Regional Federal (TRF4), em Porto Alegre, e 5ª Turma (cinco ministros) do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Brasília. Ao todo, Lula da Silva, foi condenado 09 por magistrados em cada um dos dois processos-crimes. Como foram dois processos-crime, é como se Lula tivesse sido condenado por 18 magistrados, de forma unânime. Isto fora os inúmeros habeas-corpus impetrados em favor do condenado, todos negados. Mais firme e sólida condenação, por corrupção e lavagem de dinheiro, é impossível de imaginar.
Pois foi este criminoso e mais 116 condenados e 17 presos na Lava-Jato que o STF soltou, ao mudar em 07/11/2019 a jurisprudência que determinava a prisão após a condenação em segunda Instância. Uma vergonha! Entre os íntimos de Lula, não deixo de lembrar, estão sujeitos que refletem a imagem do próprio Lula: Palocci, Delúbio Soares (“O nosso Delúbio”, segundo Lula), Fernando Pimentel, João Paulo Cunha, João Vaccari Neto, José Dirceu, José Genoíno, Paulo Bernardo, Aldemir Bendine, Gim Argello, Sergio Cabral, Marcelo Odebrecht, Leo Pinheiro, Jorge Luiz Zelada, Luiz Argôlo, ...
Não bastasse esta manobra libertadora de sanguessugas do dinheiro gerado por trabalhadores, em 08/03/2021, o ministro Edson Fachin – certamente não agindo sozinho – anulou todos os processos em que Lula fora robustamente condenado, abrindo as porta para sua candidatura à presidência da República. Não bastasse isso, Lula foi diariamente favorecido por decisões ‘judiciais’ em série, algumas repugnantes, dado a parcialidade. O resultado é o que se presenciará no alvorecer de 2023.
Sim, é esta pessoa, Lula, solidamente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em todas as três instâncias, que, no alvor de 2023, subirá a rampa do Planalto – foi lavada com sal para o evento, suprema ironia! – ao som do Hino Nacional e sob continência dos contingentes militares presentes.
Não tenho palavras para descrever a depravação moral que o quadro expõe. Não sei como descrever tamanha INJÚRIA a uma nação que se deseja respeitada. Peço, então, socorro a Castro Alves e faço minhas as palavras que ele genialmente escreveu. Elas descrevem toda a minha angústia ante o “quadro de amargura” que antecipo com a posse, na presidência da República, de um corrupto já qualificado duplamente nas três instâncias judiciais do Brasil e que, além disso, já destruíra todos os nossos índices macroeconômicos e criara a pior recessão da nossa História. Onde Castro Alves fala em “BANDEIRA”, pode-se também dizer “HINO NACIONAL” e “HONRAS MILITARES”:
“Existe um povo que a BANDEIRA empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia! ...
E deixa-a transformar-se nessa FESTA
Em manto impuro de bacante fria! ...
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AURIVERDE PENDÃO de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança.
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha! ...”
José J. de Espíndola
Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.