Você só é "minoria" no Brasil, se for de esquerda!

25/12/2022 às 18:22 Ler na área do assinante

A advogada, Sonaira Fernandes de Santana, tem uma trajetória que lembra a de muitas petistas. É uma mulher, negra e nordestina nasceu em Riachão do Jacuípe, um pequeno município perdido no desassistido interior da Bahia, em 1990.

Em 2012 repetiu a romaria de milhões de seus conterrâneos e rumou para SP e com muita dificuldade (trabalhando de ambulante ou recepcionista) conseguiu por mérito e esforço próprio concluir a faculdade de Direito. Apenas oito anos depois já era vereadora na capital paulista.

Agora, Sonaira, foi indicada para Secretária da Mulher pelo governador eleito Tarcísio de Freitas e isso seria motivo de celebração pelos movimentos organizados, afinal ela pertence a 3 ‘minorias’ – ela é negra, mulher e nordestina. Porém ela não pertence a esquerda então a reação dos movimentos ‘pró minorias’ foi descer o pau na própria Sonaira.

O que prova que esses movimentos não estão nem aí para defender minorias – eles estão aí para manipular minorias que rezem a cartilha da esquerda.

Se você for negro, mulher, nordestino ou pertencer a qualquer grupo do espectro LBTQi+, mas não pertencer à esquerda, então danem-se os seus direitos.

A vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos) passou a ser atacada nas redes sociais, depois de ter sido escolhida para a Secretaria da Mulher, pelo governador eleito de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).

Cristã, Sonaira considera-se antifeminista e classifica o movimento como “sucursal do inferno”.

Uma internauta lamentou “pelas mulheres de São Paulo”, enquanto outra comparou Sonaira à senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos: “Que retrocesso”. Sonaira foi chamada ainda de “fantoche do bolsonarismo”. “Erradicamos a doença Bolsonaro, mas teremos uma maluca no governo Tarcísio”, publicou outra internauta esquerdista.

Após os ataques, a futura secretária se pronunciou na internet e interpelou a esquerda sobre a indicação da vice-governadora comunista de Pernambuco, Luciana Santos, para o Ministério da Ciência e da Tecnologia.

“Ela pode ser rotulada de ‘ala ideológica’?”, perguntou Sonaira.

Em outro tuíte, Sonaira desabafou:

“Nenhuma das feministas está feliz porque uma mulher, negra e nordestina faz parte do governo que se inicia em São Paulo”.

Mas o comentário mais rancoroso veio da veterana jornalista global, Mônica Waldvogel:

“O governador Tarcísio entrega ao bolsonarismo a secretaria que trata do que essa gente mais despreza: as mulheres. As ideias da indicada condensam a ignorância.”

Para Monica Waldvogel quero responder com a elegância e o português erudito de um membro da Suprema Corte:

 – Perdeu Mané, não amola!

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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