CNJ ignora seguidos atropelos à nossa Constituição para perseguir desafetos

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Você já deve ter ouvido essa expressão: ‘no Brasil é o poste de faz xixi no cachorro’. Parece piada, mas é a pura verdade e esse novo caso do CNJ comprova isso.

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, será investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O corregedor do órgão, ministro Luís Felipe Salomão, é o responsável por abrir a apuração.

A decisão foi tomada com base em informações extraídas da delação premiada do advogado José Antônio Fichtner, compartilhadas em setembro com o CNJ pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em seu depoimento, Fichter acusou Marcelo Bretas de “corrução passiva” e suposto tráfico de influência junto ao advogado Nythalmar Dias Filho, que teria acesso privilegiado aos autos de vários processos sob responsabilidade do magistrado.

Salomão determinou que Bretas seja intimado a prestar depoimento até o fim deste ano. O juiz deve ser julgado na primeira sessão do CNJ, marcada para 14 de fevereiro de 2023. Se condenado, Bretas pode perder o cargo e ser levado à aposentadoria compulsória.

Bretas não é apenas um magistrado, ele é um símbolo de combate à corrupção uma espécie de “Sergio Moro’ carioca – aliás enquanto assistimos Sergio Cabral sendo liberado, apesar de estar condenado a mais de 400 anos de prisão, assistimos uma perseguição implacável ao ex-magistrado Sergio Moro, ao ex-promotor federal Deltan Dallagnol ambos perseguidos – sob muitos subterfúgios – por combater a corrupção. Deltan chegou a ser ameaçado a pagar uma multa de R$ 2,8 milhões de reais pelos ‘custos da Lava Jato’.

O CNJ assim faz coro com outras instâncias que tentam punir os que combatem a corrupção enquanto usam idiossincrasias jurídicas para alavancar a impunidade.

Isso é uma vergonha.

CNJ TEM MAIS ALVOS....

Em setembro deste ano, a juíza Ludmila Lins Grilo, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, tornou-se alvo de uma investigação do CNJ por ter participado de atos supostamente políticos, criticar decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgar canais do jornalista Allan dos Santos.

Foto de Eduardo Negrão

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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