Alckmin e Lula blindados, nada os atinge na Justiça

20/12/2022 às 11:45 Ler na área do assinante

A exemplo de Lula, o seu vice, o paulista Geraldo Alckmin parece imune a qualquer acusação, independente de indícios, evidências, delações – nada pega, eles realmente parecem estar acima de qualquer suspeita. Sempre.

Segundo o site especializado em questões jurídicas, Migalhas, nesta segunda-feira, 19, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, determinou o trancamento de ação penal contra Geraldo Alckmin no âmbito da operação Lava Jato.

O ex-governador era acusado de ter recebido R$ 11,3 milhões da Odebrecht em doações ilegais nas campanhas de 2010 e 2014. A ação tramitava na 1ª Zona Eleitoral de SP.

Ao fazer o pedido ao STF, a defesa de Alckmin baseou-se em uma decisão anterior de Lewandowski que trancou ação da Lava Jato contra Lula e outros réus, sob o entendimento de que as provas entregues pela Odebrecht não teriam valor legal para mover acusações. Em sua decisão, o ministro acolheu o pleito e anotou:

"O requerente responde a uma ação penal, em curso na Justiça Eleitoral do Estado de São Paulo, cujos elementos probatórios coincidem, em sua maior parte, com aqueles declarados imprestáveis por esta Suprema Corte nos precedentes antes mencionados, ostentando, em consequência, os mesmos vícios."

E disse ainda:

"Os elementos de convicção derivados dos sistemas Drousys e My Web Day B, integrantes do Acordo de Leniência, os quais emprestam suporte à ação penal movida contra o requerente, bem assim todos os demais adminículos probatórios que deles decorrem, encontram-se inapelavelmente maculados pela eiva de nulidade, não se prestando, em consequência, para subsidiar a acusação."

E assim, determinou o trancamento da ação penal.

Bom, a maioria dos casos envolvendo a empreiteira Odebrecht é baseada em sólida documentação do Departamento de Operações Estruturadas da empreiteira (um departamento inteiro só para administrar propinas). Além de delações de diretores e dos proprietários Marcelo e Emílio Odebrecht.

É claro que depois do caso ‘Lula’, da liberação do ex-governador Sergio Cabral condenado a 400 anos e da apreensão de R$ 51 milhões em dinheiro vivo no apartamento de Geddel Vieira Lima – que também está em liberdade; o que são míseros R$ 11 milhões?

Deixa o Alckmin assumir a vice-presidência e curtir a merenda dele sossegado.

Afinal, o amor venceu...

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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