A escolha dos ministros revela: O PT está mais ideológico do que nunca

Ler na área do assinante

Não demorou muito para o PT acabar com a ilusão daqueles cegos ideológicos que apostaram que o “lulopetismo” de hoje se assemelha ao partido de 2003, quando assumiu o país pela primeira vez.

O anúncio dos primeiros ministros deixa claro que a ala ideológica do Partido dará a tônica do “possível” governo.

O PT 20 anos atrás era pragmático e fisiológico, especialmente na economia e nas relações institucionais.

Hoje, o cenário é completamente diferente, tendo a ideologia e a agenda progressista como o seu DNA.

Vamos começar pelo Ministério da Fazenda. Palocci e Meireles foram anunciados naquela época para acalmar o mercado; um mais responsável com os gastos públicos e o outro mais pragmático e liberal. Hoje, Fernando Haddad é um peixe fora d' água quando o assunto é economia. Recentemente, em uma palestra, disse que dá alguns pitacos na economia, mas que na verdade estudou o assunto dois meses para passar em uma prova de pós-graduação.

Um país que tem 1.6 trilhões de PIB não pode ter na sua gestão econômica um amador, sem nenhuma experiência. Tudo indica que Lula o colocou nesta pasta porque as ideias do pior prefeito de São Paulo convergem para com o pensamento revolucionário socialista, contra o capitalismo e o neoliberalismo; e que deseja o aumento do tamanho do Estado na economia.

Na justiça, a aposta é Flávio Dino. Durante 15 anos foi filiado ao PCdoB e as suas falas criticam a Lava Jato e diz que a maior corrupção do país está na desigualdade social.

Na opinião dele, os casos de desvio da Petrobras não deveriam ser investigados, pois causaram prejuízo econômico. São ideias absurdas, em uma inversão irracional da justiça. É o mesmo discurso envernizado e falacioso do pensamento marxista. Também disse que vai frear a liberação de armas para defesa pessoal, uma das principais bandeiras da esquerda totalitária.

O Chefe da Casa Civil é o outro que enxerga a realidade pelo olhar míope da esquerda revolucionária. Rui Costa, ex-governador da Bahia, disse recentemente que o tráfico de drogas “emprega” muitas pessoas e por isso deveria ser liberado. Ele ainda gastou R$ 48 milhões em respiradores, mas nenhum deles chegou e ainda pagou adiantado a uma empresa que vende derivados de maconha. Durante a pandemia teve atitudes totalitárias, ameaçando servidores públicos de exoneração caso não tomassem a vacina; o cerceamento de liberdades é uma das principais características de governo de esquerda.

Confirmando essa tendência do governo ideológico e revolucionário, José Genoíno recentemente deu entrevista ao podcasts Operamundi e destacou que a estratégia agora é “quebrar várias tutelas”. Entre elas estão: reduzir o papel das Forças Armadas, alterar as características do MPF, flexibilizando a atuação de fiscalizador em casos de corrupção e crimes políticos, furar o teto de gastos, retaliação contra as igrejas.

Em 2010, no apagar das luzes do seu 2º mandato, Lula tentou criar o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH). O documento não passou no Congresso, mas entre os pontos mais importantes estavam a controle do conteúdo da mídia por meio da regulação estatal, o cerceamento de símbolos religiosos, a mudança na reintegração de posse em invasões de terra e a agenda pró-aborto.

Mesmo escondido debaixo do tapete, esse flerte com o totalitarismo "vermelho" sempre esteve no DNA do Partido; hoje isso está mais claro do que nunca.

Foto de Thiago Lagares

Thiago Lagares

Jornalista

Siga no Instagram: @thiago.lagares


Ler comentários e comentar