O caos está decretado! Ibovespa derrete, novos impostos e a criação de 35 ministérios
13/12/2022 às 20:28 Ler na área do assinanteQuando eu ouvia das minhas fontes coisas sobre boa parte dos FariaLimers – os corretores da B3 e operadores do mercado financeiro – eu sinceramente tinha dificuldade em entender.
Porque pessoas esclarecidas, amplamente informadas sobre a corrupção e devastação econômica que foram os governos do PT, votariam em Lula? Porque executivos cometeriam esse suicídio econômico?
Mas no Brasil, a inteligência tem limites, a ignorância não.
Após eleições, declarações e ações apresentadas pela transição de Lula aumentaram temor por governo mais estatista e com gastos maiores. O Ibovespa, principal índice da B3, a bolsa de valores brasileira, perdeu o equivalente a R$ 577 bilhões em valor de mercado desde 21 outubro, a última vez em que bateu os 119 mil pontos. Isso mesmo o Bolsa perdeu quase meio trilhão de reais, desde a eleição de Lula.
Os cálculos são da plataforma de investimentos TradeMap e consideram a variação até o fechamento de sexta-feira (9). Naquele 21 de outubro, a nove dias do segundo turno das eleições presidenciais, que aconteceu em 30 de outubro, o Ibovespa subiu 2,35% e fechou aos 119.928,79, em meio a pesquisas que indicavam melhora do então candidato à reeleição Jair Bolsonaro e também a uma temporada de balanços corporativos fortes.
Foi a melhor pontuação desde março deste ano e uma das melhores semanas desde 2020. De lá para cá, a bolsa reverteu o otimismo e entrou em uma espiral de quedas que a derrubou de volta para perto dos 105 mil pontos, enquanto Lula da Silva dava os primeiros passos da transição e sinais mais claros de que deverá ter uma agenda mais estatista e de gastos públicos maiores.
Nesta segunda-feira (12), por volta das 16h30, o Ibovespa caía 2,8%, a 104.553 pontos, nos piores níveis desde agosto. No radar dos investidores, está a expectativa pelas próximas nomeações para os ministérios e a equipe econômica do governo petista, depois da confirmação, na sexta-feira, do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para a Fazenda.
Fernando Haddad (PT) afirmou nesta sexta-feira (9) que o estabelecimento de uma nova regra fiscal, em substituição ao teto de gastos e para tanto será necessário a criação de um novo tributo. Isso mesmo o substituto de Paulo Guedes, nem tomou posse e já fala em criar novos impostos.
Sem limites para a Carreta Furação: atualmente, a gestão Bolsonaro tem 23 ministérios e secretarias com status ministerial. Um desenho preliminar feito pelo grupo de transição prevê que a partir do ano que vem, o governo do PT pode contar com até 35 pastas. O atual Ministério da Economia, por exemplo, vai ser dividido em três: Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio.
Quem se importa com austeridade na gestão pública? O importante é que tenhamos cargos para empregar todos os companheiros.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.