A hecatombe Haddad

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“Para Karl Marx a ditadura do proletariado seria apenas um estágio na evolução dialética. Abolidas as classes e a propriedade privada, assistiríamos ao "fenecimento do Estado" e à floração da liberdade. Infelizmente Marx era bom filósofo, medíocre profeta e mau político.” (Roberto Campos, Economista)

Eu avisei, mas lulopetista só ouve o seu messias, Lula, o ‘Princeps Corruptorum’ da política das democracias ocidentais.  O time da corrupção e incompetência parece que retorna ao poder, se os deuses não ajudarem. Sai Paulo Guedes e entra Fernando Haddad no ministério da Economia.

Haddad é um medíocre em todos os aspectos que se o considere: econômico, social, político. Sobre o último aspecto, o político, e se ainda pairassem dúvidas, os debates de Haddad com Tarcísio de Freitas, durante a campanha para o governo de São Paulo, eliminaram todas. Confesso que em alguns momentos - embora todo o comedimento e compostura de Tarcísio - tive dó do poste de Lula.

Haddad tem ainda duas taças políticas que não podemos deixar de reconhecer: a de pior Ministro da Educação da História e de a de pior prefeito da História do município de São Paulo. Foi tão ruim que, ao tentar a reeleição, perdeu não apenas a eleição, mas – fato inédito na História de São Paulo – perdeu em todas as urnas! Vá ser ruim assim na ‘Ruimlândia’.

Mas a deficiência de Haddad para o ministério da economia é ainda mais gritante. Vale a pena comparar o brilho do ministro que sai, Paulo Guedes, com a indigência intelectual do ministro que entra, Fernando Haddad.

Paulo Guedes é graduado em ECONOMIA na Universidade Federal de Minas Gerais, com Mestrado em ECONOMIA na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e, com bolsa do CNPq, fez doutorado em ECONOMIA na Universidade de Chicago, Estados Unidos. O leitor entenderá, ao longo do texto, porque destaco a palavra economia com letras maiúsculas.

Pelas instituições e cursos em que se formou, pode-se aquilatar a seriedade e objetividade acadêmica de Paulo Guedes. Concluiu os três estágios da educação formal superior (Graduação, Mestrado e Doutorado) em instituições distintas (UFMG, FGV e Universidade de Chicago) e sempre em ECONOMIA.

Para quem não está informado, a Universidade de Chicago é detentora de 13 (treze) prêmios Nobel em Economia e 06 (seis) medalhas John Bates Clark. A Medalha John Bates Clark é concedida anualmente pela ‘American Economic Association’ (AEA) a quem, trabalhando nos Estados Unidos, é julgado ter feito a mais significativa contribuição ao pensamento econômico. É um prêmio altamente valorizado, uma alta honraria acadêmica. Pois foi esta universidade que Guedes encarou e conseguiu seu honroso grau de doutor (Ph.D.), também em ECONOMIA.

Agora, encaremos o escolhido por Lula, Haddad, para substituir Paulo Guedes. Haddad é graduado em DIREITO pela Universidade de São Paulo (USP). Direito, como preparação para um cargo de Economia, é muito pouco, para dizer o mínimo. Haddad fez Mestrado em ECONOMIA na mesma USP. Ah, dirá um fiel da seita Lulopetista, eis aí a formação adequada para o cargo. Falso. Basta olhar o título da Dissertação de Mestrado de Haddad: “O CARÁTER SOCIOECONÔMICO DO SISTEMA SOVIÉTICO”. Grande Área em que se insere esta dissertação: Ciências Sociais Aplicadas. Aqui entre nós, quem escreve uma Dissertação sobre o “Caráter socioeconômico do sistema soviético”, um sistema falido, que deu errado em todos os países em que foi imposto, não merece ser considerado, de longe sequer, um expert em Economia. Só uma ignorância sideral, padrão Lula, pode achar o contrário.

Ah, sim, Haddad fez doutorado, também na USP, agora em FILOSOFIA. Título da Tese: “DE MARX A HARBEMAS – O MATERIALISMO HISTÓRICO E SEU PARADIGMA ADEQUADO.” De novo: em que esta formação tem a ver com Economia? Falo da Economia de Mercado, que interessa ao Brasil. Nada, absolutamente nada! Trata-se, de novo, de um trabalho sobre filosofia marxista (comunismo) e nada sobre Economia.

Em suma, Haddad fez os três níveis superiores na mesma instituição. Isto a CAPES chama de “Endogenia”, que considera uma falha grave na formação. Falo de cadeira sobre o assunto, já que fui assessor da CAPES da Área de Engenharias III. Por outro lado, a inconsistência de Haddad nas suas escolhas departamentais (Direito, Economia, Filosofia, nesta ordem) apenas mostra ele ser um homem perdido, que não sabe o que quer, nem o que fazer de sua oscilante formação acadêmica. Trata-se de um homem intelectualmente perdido, que acaba não sendo proficiente em área de conhecimento alguma. Muito menos em Economia. Não surpreende, então, o nervosismo do Mercado.

Segundo o iG de 25/11:

“Desde o 2º turno das eleições presidenciais, as ações preferenciais da Petrobras recuaram 25,5% e as ordinárias 21,4%, representando R$ 103,6 bilhões a menos em valor de mercado para a companhia, que viu seu preço na Bolsa de Valores cair de R$ 448,7 bilhões para 345,1 bilhões até o fechamento desta quinta-feira.”

É o efeito Haddad, por antecipação. Aguarde-se, porque o efeito a médio prazo será o de um gigantesco meteoro, como aquele que caiu, há 65 milhões de anos, onde hoje fica o Golfo do México e que dizimou os dinossauros em todo o mundo. Entretanto, nem tudo foi ruim com aquela hecatombe cosmológica: o desaparecimento súbito dos dinossauros permitiu a evolução dos mamíferos, até o aparecimento do ‘homo sapiens’.

A hecatombe Haddad, que certamente virá, acabará com os dinossauros políticos de esquerda, esta espécie que elegeu Lula, que escolheu Haddad para ‘dirigir’ a economia do País. Esta destruição – similar à hecatombe cosmológica comentada atrás - haverá de permitir o retorno da inteligência e da honestidade ao governo e a reconstrução de nossa economia, a partir dos escombros a serem deixados (mais uma vez!) pelo lulopetismo.

Foto de José J. de Espíndola

José J. de Espíndola

Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.

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