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Criticado em lugares públicos, Randolfe apresenta projeto de lei contra "assédio ideológico"
05/12/2022 às 06:48 Ler na área do assinante
(Reprodução/Internet)
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), fiel opositor ao Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), parece que não suporta ser questionado em público. Ele acaba de protocolar um projeto de lei polêmico sobre o qual pretende punir o crime batizado de "assédio ideológico".
Como o texto é muito genérico, ele é ainda mais perigoso e o juiz pode interpretar que qualquer censura a autoridades e poderes constituídos pode ser passível de punição.
Randolfe redigiu a proposta após ter vídeos compartilhados nas redes sociais de momentos em que é questionado por sua postura vacilante no Congresso Nacional e sua parcialidade com o Supremo.
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Interpelado em aeroporto, Randolfe respondeu à cidadã: Perdeu, mané (Reprodução/Internet)
Mas, não é de agora que o senador do Amapá restringe a opinião e o direito alheios. Foi dele, por exemplo, o pedido ao STF que quebrou os sigilos bancário e telemático de grandes empresários brasileiros por postarem suas posições em grupo privado de WhatsApp. Foi Randolfe também quem ingressou com ação para a corte investigar viagem do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) à Rússia, em fevereiro deste ano, e acionou o STF a respeito de declarações de Jair Bolsonaro sobre jovens venezuelanas.
Em várias outras ocasiões, a ação de Randolfe também impediu que um delegado da PF fosse investigado, quis derrubar o perdão do chefe do Executivo Nacional ao deputado federal Daniel Silveira, puxou coro a uma investigação sobre imóveis da Família Bolsonaro e apresentou queixa-crime por calúnia e difamação.
Se a PL 2864/2022 dele for aprovada, quem interpelar autoridades em público poderá ser condenado à prisão por até quatro anos e ainda pagar multa. Se o questionado for político, jornalista ou artista, a pena aumentaria em dois terços.
O irônico da proposta é que Randolfe é um dos parlamentares que mais critica em público os opositores.
Sempre com críticas contundentes e desrespeitosas.
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