Hoje é 15 de novembro. Dia de comemorarmos a Proclamação da República.
A palavra República quer dizer “res=coisa” “pública=de todos”.
É uma expressão de natureza política e ideológica.
Ou seja, estamos todos envoltos e responsáveis por um país que é de todos.
Ante todas as mazelas que estamos enfrentando, existe um fato extremamente positivo.
A Nação descobriu que é povo. E como povo, que tem poder.
E que é o povo e só o povo o dono do poder, pois se temos um país que é de todos, por todos deve ser cuidado.
A Constituição de 1988, de certa forma, criou uma letargia popular. Uma espécie de adormecimento ou de entorpecimento de toda uma geração.
É uma “Carta Cidadã” que até certo ponto nos legou muitos direitos, sem, contudo, dizer que para cada um desses direitos seria exigida uma obrigação.
E a cidadania acabou terceirizada pela massa a uma casta de líderes políticos que tomaram o Estado e a “res=coisa” “pública=de todos” para si, como se fosse uma “Resprivada” (“coisa própria”).
E como instrumento de dominação usam as instituições e os meios de comunicação, para exacerbarem e abusarem dos poderes que já não têm embora ainda os exerçam sob o ponto de vista prático.
Agora, chegamos numa encruzilhada.
A Nação desde 2013 descobriu sua força, auxiliada pela renovação dos costumes e da informação trazidas pela disrupção digital e pelas mídias sociais.
É um processo evolutivo fantástico que estamos percebendo.
E que de alguma maneira parece não ocorrer só no Brasil, mas no mundo todo.
Especificamente no Brasil estamos defronte de um embate onde uma imensa massa populacional está sendo subjugada aos desmandos de uma minoria que se apoderou do Estado, querendo impor regras na marra, prendendo, censurando, semeando a dúvida, a insegurança jurídica, ameaçando a paz social e difundindo o medo.
E o que é pior: não conseguem provar a lisura do processo eleitoral, fundamento do Estado republicano.
Surge então de forma espontânea uma reação popular, que reúne milhões de brasileiros nas ruas, praças e avenidas.
Há um clamor público desses milhões em centenas de cidades, clamando por liberdade, entendendo que esse sentimento – além de um direito – passa a ser um dever.
Somente a liberdade garante a integridade.
Entendem que sem ela, a liberdade, a vida não vale a pena!
O que o Brasil diz para si mesmo, e para o mundo hoje na mobilização das massas, é que se iniciou um movimento popular de proclamação de uma República de verdade.
Uma república proclamada pelo povo.
Recém-chegada, ainda inexperiente, aprendiz e imperita.
Mas renovada, reformada, mudada em suas condutas que vai ser emendada na base da sua Constituição.
E aí que encontramos uma graça.
Tudo o que de ruim que estão tentando nos impor goela abaixo foi o fator do despertar desse novo renascimento.
E como recém-nascida, essa República verde e amarela é viçosa e inédita.
Por isso, para alguns ainda se apresenta como excêntrica, estranha, desconhecida.
Mas passo a passo vai evoluir em busca da sua maturidade.
Mas ela, a República renascida, está aí!
E não tem volta! Não haverá recuos!
Como movimento individual, mas também como uma mudança na mobilidade coletiva, feita em comunidade (comum unidade).
Uma vez proclamada, assim como o bebê, jamais poderá voltar ao útero de quem a gerou.
Essa criança que acaba de nascer, já bota a boca no mundo (literalmente).
E aos poucos vai tomar conta de tudo o que é seu!
Então, quem pariu Mateus, que o embale!
Eles vão ter que nos engolir!
Deus, pátria, família e liberdade!
Luiz Carlos Nemetz
Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz