As manifestações pacíficas, ordeiras, populares e espontâneas, continuam acontecendo por todo o Brasil. Apesar dos treze dias desgastantes que seguiram de chuva e até tempestade, as imagens rodaram o mundo, em um fracasso descomunal da grande mídia em tentar esconder as movimentações.
Muitos dos pais traziam seus filhos. Alguns pela impossibilidade de deixar com outras pessoas, outros simplesmente para que os filhos aprendam sobre direitos e deveres.
Enquanto tremulavam as bandeiras, seus olhos brilhavam. A intensidade do verde e amarelo na multidão trazia um sentimento de gratidão por estar ali. Conforme a noite avançava, pessoas trocavam de turnos e não abandonavam os locais. Tudo organizado sem lideranças.
Só então comecei a entender que não se tratava apenas do pleito de Bolsonaro. Se tratava dos brasileiros reivindicando seu direito de questionar o que quisessem. Porque é justamente o direito de questionar, que afirma os valores de uma democracia no Mundo.
É um erro achar que isso vai cessar. É um erro pensar que eliminando Jair Bolsonaro do processo político, que aquele mundo onde esquerda esperava voltar, ao som de Bossa Nova vai voltar a ser uma realidade. Essas crianças vão crescer, assim como os movimentos. E suas vozes serão sinônimo de poesia e bravura.
Não aceitaremos mais intermediários.
E por isso, cada vez mais, esse mar de verde amarelo vai invadir as cidades, os espaços, as assembleias e todo o universo político do país.
O verde amarelo invadiu o coração das pessoas.
Todo resto é consequência.
Victor Vonn Serran
Articulista