A "mágica" após vitória do ex-presidiário: 'Orçamento Secreto' virou 'Emendas do Relator'

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Fim da narrativa. Depois de demonizar o famoso ‘orçamento secreto’, após a vitória do ex-presidente Lula, a imprensa tradicional magicamente transformou o “orçamento secreto” em “emendas do relator”.

Bem mais palatável né?

Uma das manchetes é estampada pelo portal UOL desta quinta-feira, 3. Também o jornal Folha de S.Paulo ignorou o “orçamento secreto” e informou, logo depois da vitória do petista: Pacheco defende acordo entre Poderes para manter emendas de relator, criticadas por Lula. 

Na manhã de hoje, O Globo repetiu a concorrência, ao noticiar que “‘Emenda de relator não é impositiva, dá para negociar’, diz Rodrigo Maia”.

Quando o governo Bolsonaro completou dois anos, o consórcio de imprensa revelou o que seria um “orçamento secreto”. O “escândalo” de compra de apoio parlamentar seria supostamente encabeçado pelo presidente, que vetou a medida.

O TAL ORÇAMENTO SECRETO...

“O ‘Orçamento secreto’ é um esquema tão sofisticado que nem os próprios jornais conseguem comprovar os crimes”, bem definiu o jornalista Silvio Navarro, em um artigo publicado na Revista Oeste.

No ano passado, cada parlamentar teve direito a indicar R$ 16 milhões. Outra modalidade são as emendas de bancada: congressistas do mesmo Estado unem suas cotas para a mesma finalidade (uma grande obra, como um hospital, por exemplo). O valor total foi de R$ 7,2 bilhões. Ainda podem ocorrer as emendas setoriais e as das comissões, mas elas nunca sobrevivem.

Resumindo o tal Orçamento Secreto é uma ação parlamentar à qual o presidente Bolsonaro foi radicalmente contra, no entanto foi ele quem pagou o pato.

Foto de Eduardo Negrão

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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