Depois da eleição, Bolsa brasileira derrete sem parar...
02/11/2022 às 14:17 Ler na área do assinanteO EWZ, ETF que representa a bolsa brasileira nos Estados Unidos, caiu mais de 4% no pré-mercado americano, com investidores reagindo negativamente ao resultado das eleições presidenciais (ETFs são fundos de investimentos negociados em bolsa com estratégia passiva).
No último domingo, 30, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu com 50,9% dos votos.
Mas, isso é apenas o começo, como todo o setor produtivo apoiou Bolsonaro, enquanto os grandes bancos e financeiras apoiaram Lula – a aposta do mercado é que o Brasil volte a ser um país de rentistas, de agiotas – e não de produtor de riquezas como ameaçava se transformar na gestão de Bolsonaro.
A queda, além de refletir o maior pessimismo de investidores com relação à Lula, também representa o desmonte de apostas em torno de uma eventual reeleição do presidente Jair Bolsonaro, considerado mais pró-mercado.
Com o resultado definido, o mercado aguarda detalhamentos sobre os planos econômicos de Lula, que se mantiveram ocultos durante o período de campanha.
"A grande expectativa do mercado agora fica com a divulgação de possíveis ministros e a percepção em relação aos gastos fiscais", afirmou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Entre os anúncios aguardados pelo mercado, dois deles são considerados peças-chave: qual regra deverá substituir o teto de gastos e quem será escolhido para comandar a economia do país.
"A gente sabe que não vai ter uma regra fiscal, mas é preciso saber o que vem no lugar e quem será o ministro da Fazenda. O mercado vai reagir de forma diferente se for o Henrique Meirelles ou ser for o Fernando Haddad, que já foram ventilados", afirmou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
Com muitas incertezas a serem preenchidas, investidores devem seguir o tom de cautela.
A possível substituição de Paulo Guedes por um arrivista como Fernando Haddad só deve piorar as coisas.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.