Boulos tenta ligar esquema de corrupção a Bolsonaro, não lê reportagem e dá tiro no pé de Lula

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O imitador de ex-presidiário, Guilherme Boulos, acaba de dar um tiro daqueles no próprio pé, só por causa da empolgação de querer lacrar nas redes sociais e atacar Bolsonaro, ao mesmo tempo em que tentava ‘agradar’ seu chefe.

Boulous se deparou com uma matéria da Revista Piauí citando um caso de corrupção no Maranhão, envolvendo verbas do tal ‘orçamento secreto’ e desvios de 69 milhões que deveriam ser destinados ao sistema de saúde do estado.

A matéria, que pode ser lida aqui na íntegra, conta da prisão de dois irmãos - Roberto e Renato Rodrigues de Lima – pela Polícia Federal, após autorização da Justiça do Maranhão e com base em levantamentos da Controladoria Geral da União, suspeitos de atuar em uma ampla rede criminosa envolvendo o Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios do estado nordestino

As prefeituras registravam atendimentos médicos e consultas que nunca existiram, e enchiam o cofre com dinheiro vindo de emendas parlamentares do orçamento secreto, diz a reportagem.

E cita o caso de um deles, Igarapé Grande, com apenas 12 mil habitantes, mas que solicitou, só em 2020, mais de 12,7 mil exames fantasmas, recebendo, via secretaria de saúde, pelo menos 7 milhões de reais

BOMBA! Polícia Federal prendeu hoje investigados pelo desvio de R$69 MILHÕES do SUS através do Orçamento Secreto de Bolsonaro. A casa da família mais corrupta do país vai cair!, escreveu Boulos, publicando a capa da matéria, em seguida.

Mas, ao que tudo indica ele 'esqueceu' de ler a matéria por inteiro (ou seria má fé?) e, na pressa de acusar Bolsonaro, deixou passar alguns detalhes, como esse abaixo:

A secretária de saúde de Igarapé Grande, Raquel Inácia Evangelista, foi afastada do cargo e é alvo de busca e apreensão junto com o antecessor no cargo, Domingos Vinícius de Araújo Santos. Igarapé Grande tem como prefeito Erlanio Furtado Xavier, presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) e aliado do senador Weverton Rocha, ambos do PDT.

De todos os possíveis nomes citados, nenhum tem qualquer relação ou sequer apoiou Bolsonaro no primeiro ou agora no segundo turno das eleições.

É só mais um caso de corrupção neste país gigantesco, e na mesma linha dos que tem ocorrido rotineiramente nas últimas décadas, em esquemas que envolvem grandes redes que atuam em todos os municípios e empresas fantasmas. Algo que se viu, por exemplo, nos desvios de mais de 50 milhões na compra de respiradores jamais entregues, pelo Consórcio Nordeste, no ápice da pandemia.

O que Boulos fez, na verdade, foi escancarar a fragilidade das administrações públicas no Nordeste, majoritariamente administradas por partidos e políticos de esquerda, como o ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), recém-eleito ao senado e aliado de primeira-hora de Lula.

Mas as vergonha alheia de Boulos não para por aí:

No Maranhão, foi Lula quem venceu nas urnas neste primeiro turno, com 67% dos votos contra 19% de Bolsonaro.

E no município citado na matéria, Igarapé Grande, olhem só, Lula obteve 63,55% dos votos para a presidência. Bolsonaro ficou com 31,72%.

Daí, é fácil saber quem é quem e quais as ligações internas e externas nos grandes esquemas de desvios e corrupção.

Mas é demais, pedir bom senso a alguém que, até dias atrás, vivia de invadir e incentivar invasões de propriedades privadas.

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