A senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), candidata não eleita à presidência da República, anunciou que não vai apoiar ninguém no 2º turno, mas irá abster-se.
Grande equívoco!
Para que é que ela está na política, se não quer atuar politicamente?
Vale a velha comparação. Em seu sentido mais nobre, a política é como o elegante jogo do xadrez: joga-se com as peças que estão disponíveis. É inútil idealizar o conforto de um final com torre e dama, se o jogador dispõe apenas de bispo e cavalo. Era bom eleger um Winston Churchill para presidente, mas os candidatos são Bolsonaro e Lula.
Ora, é óbvio que o Brasil seguirá rumos totalmente diferentes segundo quem vença o 2º turno, situação igual, aliás, à de 2018, quando Soraya Thronicke entrou na política. Fará sentido que ela, ou quem quer que seja, fique indiferente ao que vai acontecer? Sendo ela uma senadora em quem eleitores confiaram, pode omitir o seu critério de escolha?
Ela não gosta de Lula nem de Bolsonaro. E daí? O que importa não é o destino dos candidatos: é o futuro do Brasil que importa!
É compreensível que ela esteja ressentida pela troca de grosserias com Bolsonaro. Porém, ela sabe que Lula representa um projeto que prevê o controle da imprensa, o aparelhamento das instituições, a extinção das liberdades individuais, o agravamento da partidarização de escolas e universidades, uma condução desastrosa da economia etc., nada que não esteja explicita ou implicitamente posto no programa de governo do PT.
Ela também sabe que Bolsonaro, embora até jornalistas roguem por sua morte, jamais tentou amordaçar a mídia, defende aos berros a liberdade e vem obtendo excelentes resultados na economia, por mais que a extrema imprensa omita informações para que pareça outra coisa.
Há um critério definitivo para quem não gosta de Bolsonaro mas tem honestidade intelectual: Bolsonaro tem prazo de validade. Já o PT usando a corrupção como método de poder, poderá igualar-se ao chavismo.
Eleito, Bolsonaro sairá de cena ao final de 2026. Já o PT espera fazer com o Brasil o mesmo que o chavismo fez com a Venezuela, que, desde 1992, é vampirizada pela ditadura bolivariana, que transformou o país mais rico e mais estável da região na maior crise humanitária que as Américas já presenciaram.
Antes que o mensalão e o petrolão desnudassem o PT, Zé Dirceu dizia que o PT faria no Brasil o mesmo que o PRI (Partido Revolucionário Institucional) fez no México, uma ditadura que durou 71 anos.
Portanto, Bolsonaro representa no mínimo nosso direito de seguir escolhendo. Já votar em Lula é dar um sinal verde à corrupção.
As escolhas de Soraya Thronicke (adultas ou regressivas) determinarão o seu futuro político. Ela fará melhor se não se omitir mas pensar em especial na gente simples que confiou nela, denunciando as mentiras do PT, desmontando fake news como, por exemplo, a da inocência de Lula, e revelando os propósitos ocultos no programa de governo do PT.
Renato Sant'Ana
Advogado e psicólogo. E-mail do autor: sentinela.rs@uol.com.br