Influencers religiosos com milhões de seguidores, neutros no 1º turno, aderem a Bolsonaro e criam onda contra a ideologia esquerdista
06/10/2022 às 13:17 Ler na área do assinanteEsses primeiros dias de segundo turno não tem sido fáceis para o candidato do PT. Além de assistir a adesão dos governadores dos estados mais populosos (Minas, Rio e S. Paulo) à Bolsonaro, agora uma nova onde de digital influencers religiosos e de auto-ajuda, com milhões de seguidores, declararam apoio ao presidente.
Esses influencers haviam ficados neutro no 1º turno.
Nomes como Deive Leonardo e Thiago Brunet declararam apoio a presidente no segundo turno:
"Por favor meu lindo, talvez você não goste do Bolsonaro mas esqueça o Bolsonaro e olhe só para a ideologia" diz Daive Leonardo.
Não conhece Deive Leonardo? Então, talvez, você não seja evangélico. Somando Facebook, Instagram Tik Tok, Kwai e YouTube, ele soma 33 milhões de seguidores que acompanham suas mensagens como "Deus é perfeito em amar". Assim, o milagre da multiplicação de visualizações se perpetua por WhatsApp e Telegram. Foi nesse ecossistema virtual que o catarinense de 32 anos, símbolo do bom-mocismo cristão interrompeu sua programação normal para algo atípico em seus perfis: falar sobre política.
"Meus queridos, minha missão principal aqui é falar sobre Jesus, mas não posso olhar para o que estamos vivendo e não abrir seus olhos, sabe?. O conflito ideológico no caso, o fez me posicionar a favor de Jair Bolsonaro contra Luiz Inácio Lula da Silva, após evitar o assunto publicamente no primeiro turno."
Leonardo recorreu a uma justificativa replicada por outros influencers cristãos que não costumam entrar de peito aberto na disputa eleitoral, a moda de Pastores de influência polpuda nas redes sociais como Silas Malafaia e Cláudio Duarte.
Leonardo disse não enxergar no horizonte "uma guerra de dois políticos, mas de duas ideologias". O atual presidente pode até não ser perfeito, mas é o que tem para hoje contra uma ideologia que é maligna.
A campanha de Bolsonaro, claro, celebra esse apoio espontâneo de influencers como Leonardo por alcançar um público cristão ainda mais amplo. Não estamos falando, afinal, de líderes pouco acanhados para abraçar o bolsonarismo – gente como Pastor André Valadão, que atribui a falta de noção demais o crente que opta pela esquerda. O tom politizado pode eletrizar igrejas e reaquecer o movimento em prol da reeleição do presidente. A coisa muda de figura quando propagadores da palavra de Deus que preferiram ficar de fora do debate decidem escolher um lado. O de Bolsonaro.
"É sobre impedir que uma ideologia destruidora tome conta do nosso país" diz o coach Wendell Carvalho num recado aos imparáveis, como chama aqueles que o seguem. Carvalho cita vitórias da esquerda no continente, do Chile a Colômbia, ao pedir que quem lhe assista "coloque a mão na consciência".
Não é sobre homem x versus Homem y, "É sobre o que vai acontecer em relação à economia, a família, a valores que são fundamentais", diz Wendell. E reforça que não é plenamente fã de Jair Bolsonaro, mas ainda assim fecha com ele.
Só no Instagram, Carvalho é acompanhado por 6,7 milhões de perfis. Há várias respostas mal-humoradas a sua declaração de apoio a Bolsonaro mas a maioria dos comentários por ali são quase todos favoráveis a mensagem. Thiago Brunet a elogia com "boa!". Também ele é um exemplo de influencer que 'bolsonarizou'.
Pastor é Coach, fundador da casa de destino, Thiago Brunet é autor de Best Sellers como "Especialista em Pessoas: Soluções Biblicas e Inteligentes para Lidar com Todo Tipo de Gente".
O tipo de presidente com quem o Brasil terá que lidar se depender dele, não virá da esquerda. Posicionar-se é preciso, dizem vídeo postado dois dias após a eleição que deu Lula 48,4% dos votos válidos e a Bolsonaro, 43,2%.
"Está muito fácil fazer isso esse ano. Não não é uma guerra de homens, não é uma guerra de partidos eu nem me meto em política. Só que isso extravasou a política, é uma guerra de agenda".
Brunet expõe, na sequência, que temos que associar à esquerda corrupção, drogas, aborto e ideologia de gênero. E à direita princípios, valores e crescimento econômico. Não é uma escolha difícil.
Para o antropólogo Flávio Conrado, um dos coordenadores da casa de Galileia que monitora redes evangélicas, o peso que essas adesões trazem para a campanha é uma ótima notícia para Bolsonaro, que ganha alcance e nichos ainda mais vastos da base evangélica, mas não só. Apesar de identidade Cristã, muito dessas influencers difundem conteúdos consumidos por outros grupos, na forma de pílulas de auto-ajuda