Finalmente, Datafolha se manifesta e a resposta é inacreditável...
05/10/2022 às 12:29 Ler na área do assinantePara os grandes institutos de pesquisa (Datafolha, Ipec) os resultados das eleições deste domingo (2) foram um verdadeiro desastre, a plena desmoralização.
Para tentar se defender, a diretora do Datafolha, Luciana Chong, declarou que não houve erro.
O que? Até o New York Times criticou os erros grosseiros dos institutos de pesquisa brasileiros.
Nesta segunda-feira (3), Chong participou de um programa da GloboNews em que foi questionada sobre a diferença entre as pesquisas e o resultado das urnas. O Datafolha, e outros institutos como o Ipec (antigo Ibope), declarava que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria no primeiro turno com 14 pontos percentuais a mais que o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
Na apuração final, a diferença entre os candidatos foi de cinco pontos e eles se enfrentarão no segundo turno no próximo dia 30 de outubro.
"Houve movimento de última hora para Bolsonaro, de votos de Ciro, Simone, brancos e nulos (…). Não se pode dizer que houve erro. Pesquisa não é prognóstico", declarou a diretora do Datafolha.
Conversa fiada, o Datafolha não errou só nas pesquisas para presidente. Apenas para exemplificar, pois os erros grotescos aconteceram em todo o país, o instituto apontava Onyx Lorenzonni em 2º para o governo gaúcho, assim como colocava Tarcísio de Freitas em segundo na corrida para o executivo paulista, com larga vantagem para o candidato petista Fernando Haddad, que supostamente liderava. Quando as urnas foram abertas, Tarcísio chegou em primeiro e Onyx quase levou o governo gaúcho no 1º turno.
Fazendo uma conta de padaria com os resultados eleitorais, verifica-se que 1% equivale a cerca de 1,18 milhão de votos. Para ser verdade, a redução de nove pontos na diferença para Lula (de 14 para 5) significa que Bolsonaro teria que ter recebido dos eleitores de Ciro, Tebet e brancos/nulos nada menos que 10,6 milhões de votos da noite para o dia.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.