Gilmar, Lula, 18 milhões e a nova "verdade": O procurador da Receita Federal agora é o "criminoso"
29/09/2022 às 10:59 Ler na área do assinante“Quem tem padrinho não morre pagão” (Ditado popular).
Em tempo:
- Ministro considerou que cobrança foi sustentada em provas que já foram consideradas inválidas pelo STF e falou em abuso de autoridade de procurador.
A noticia foi publicada na manhã desta quarta-feira (28) pela Revista Veja:
“Notório crítico dos métodos da Operação Lava-Jato, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou na noite de terça-feira um processo que tentava cobrar 18 milhões de reais em impostos devidos pelo ex-presidente Lula (PT), que busca o terceiro mandato nas eleições de domingo.
Para o ministro, a ação de cobrança ‘flerta com o panfletismo político-ideológico’, e o procurador que tentava obrigar o petista a pagar os tributos pode ter incorrido no crime de abuso de autoridade”.
Uai! O Procurador agora é que é o criminoso!
E continua:
“A cobrança era feita na Justiça pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), ligada ao Ministério da Economia.
Ao longo das investigações da Lava-Jato, um calhamaço de documentos apreendidos em empresas ligadas ao ex-presidente seria a evidência de que Lula não recolheu por anos a fio impostos devidos.
Segundo a acusação, o petista utilizava empresas com isenção fiscal, como a que cuidava da contratação de suas palestras, para fins privados, o que justificaria a cobrança de tributos. O Ministério Público apontou, por exemplo, que o petista teria recebido 27 milhões de reais em pagamento de supostas palestras, avaliadas pela força-tarefa de investigadores como uma forma de drenar a propina paga ao político por empreiteiras pilhadas no petrolão”.
É “propina drenada” pra todo lado. Continuemos:
“Na decisão que suspendeu a cobrança dos impostos, que em valores atualizados chegava a 18 milhões de reais, Gilmar Mendes atacou o procurador Daniel Wagner Gamboa, que em despacho obtido por VEJA, alegava que o passivo tributário ainda existia porque, em sua avaliação, “o STF não inocentou Luiz Inácio Lula da Silva”. A defesa do ex-presidente alegava, no entanto, que com a decisão do Supremo de considerar o ex-juiz Sergio Moro parcial e de anular o processo em que o político era investigado por suspeita de ter recebido um tríplex de propina, todos os atos de investigação relacionados ao caso, inclusive na fase de busca de documentos no Instituto Lula, também teriam de ser descartadas”.
É isso mesmo que você leu: tudo tem que ser descartado! Nada vale. Tudo o que você viu, leu ou ouviu era mentira. Todos esses anos vendo e ouvindo as trapaças feitas no Petrolão e no Mensalão, o dinheiro roubado da Petrobras e parte devolvido, tudo foi um sonho, uma grande quimera.
O Grande-Ministro-Inquisidor-Gilmar repôs a verdade!
Impôs a infantil sociedade brasileira a sua verdade verdadeira.
Era verdade, mas era mentira, que era verdade!
E sobre a cobrança do Procurador:
“Sobre Gamboa, Mendes disse que sua atuação foi ‘ideológica’, ‘quanto não demonstra, antes alguma fragilidade intelectual por desconsiderar algo que é de conhecimento de qualquer estudante do terceiro semestre de Direito: ante a ausência de sentença condenatória penal qualquer cidadão conserva, sim, o estado de inocência."
E eu peço encarecidamente:
- Veja o que você vai fazer com o seu voto!
Pense. Reflita!
Carlos Sampaio
Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)