O movimento orquestrado de desmoralização do Enem
08/11/2016 às 02:15 Ler na área do assinanteA Polícia Federal encontrou no bolso de um cidadão a redação do Enem pronta. Um flagrante que, por si só, macula a lisura do exame.
A prisão em referência ocorreu em Fortaleza (CE) e a pessoa detida já chegou a prova com a redação feita, o que demonstra, de maneira inequívoca, o fraude.
Em Macapá (AP) outra pessoa também foi presa com o tema de redação já pronto.
Além desses fatos gravíssimos, a operação ‘Jogo Limpo’ da Polícia Federal identificou inúmeras outras situações que demonstram o vazamento da prova.
Criminosos são acusados de vender gabaritos para estudantes e nesse sentido, para coibir essa prática, um total de 50 mandados judiciais foram cumpridos em todo país.
Todavia, não podemos ignorar o que está por detrás de tudo isto. A quem atende uma eventual desmoralização do Enem?
O esclarecimento para a questão tem uma explicação elucidativa e precisa num artigo do jornalista Jader Moraes.
A desmoralização do Enem atende um desejo de um setor econômico do país. Existe quem se beneficie com a perda de credibilidade do exame.
“O Novo Enem, que foi aplicado pela segunda vez este ano, nasceu com um objetivo principal: mudar os currículos do ensino médio”.
“O Enem, da forma com que está sendo proposto, é uma revolução na própria educação básica brasileira. As escolas, que montam seus currículos orientados para ‘o que cai no vestibular’, agora deverão dedicar maior atenção ao raciocínio, e não à decoreba; às aplicabilidades práticas das matérias de Ciências Exatas, no lugar da ‘simples’ aplicação de fórmulas; à história da África e dos povos indígenas, e não apenas da Europa; pois, afinal, é isso que está caindo no novo vestibular”.
“Neste contexto, quem ganha é a educação básica, sobretudo o Ensino Médio, que sempre foi a fase mais tediosa do ciclo escolar. Ganham os estudantes, que não precisarão mais ser adestrados para tentar uma vaga na universidade. Ganham os professores, que poderão ser mais propositivos, valorizar o raciocínio e fugir de formulas prontas, rígidas e inúteis”.
“Tem gente grande, tem uma indústria imensa, incomodada com o Novo Enem”.
da Redação
Com informações do jornalista Jader Moraes