“Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida”. (Gandhi).
O país assistiu neste domingo o debate entre os seres que querem administrar o país. Seis se apresentaram. Quatro homens e duas mulheres. Cinco afirmaram o tempo todo que o país está quebrado, sua população está doente, nada presta, nenhuma coisa funciona, a juventude que deve renovar a nação nada aprendeu, todos estão endividados até a raiz dos cabelos e não podem pagar suas dívidas. Nada presta no país.
A infelicidade paira sobre a nação. Além disso, o país não anda. Está falido, segundo eles.
Depois dessas afirmações tétricas, essas criaturas juraram que se confiarmos a nação em que vivemos em suas mãos, todos, como num passe de mágica, teremos tudo e seremos muito felizes! A condição para isso é que entreguemos nosso país a eles!
O único que remou na direção contrária foi Jair Bolsonaro. Repetia o tempo todo que não era assim, que o país estava se recuperando, além de mostrar realizações de seu governo que são escondidas pela mídia decadente.
Duelaram nesse debate contra Jair Bolsonaro:
- Lula (PT): ex-condenado, descondenado pela justiça para participar desta eleição e uma vergonha para a nação, pois cometeu o maior furto de todos os tempos contra os cofres públicos brasileiros e pede votos para ser o representante maior do país.
- Ciro Gomes (PDT): Pela quarta vez disputa a presidência e se notabiliza por mudar de posição ao sabor dos ventos. Já foi ministro do ex-presidiário Lula e tem propostas mirabolantes, tais como dar mil reais por mês para cada família brasileira. Parece que ele descobriu um poço mágico de onde jorram reais. É adepto da filosofia: “eu me acho”.
- Felipe D’Avila (Novo): Prega moralização na política, rejeita o fundão bilionário usado pelos partidos, quer a privatização de tudo. É milionário e informou à Justiça Eleitoral ter R$ 24,6 milhões em bens.
- Simone Tebet (PMDB): Senadora pelo Mato Grosso do Sul, eleita em 2014. Pelas informações obtidas não concorre à reeleição ao senado porque é rejeitada pelos eleitores de seu estado. Metade de seu partido (PMDB) quer vê-la pelas costas e apoia abertamente a candidatura de Lula. É, talvez, o primeiro caso de uma candidata à presidência rejeitada pelo próprio partido. Divulga aos quatro ventos uma proposta espalhafatosa: todo aluno que conseguir terminar o 2º grau receberá 5 mil reais! Parece que ela achou o poço do Ciro.
- Soraya Thronicke (União Brasil): Desconhecida, é senadora pelo Mato Grosso do Sul. Vivia agarrada a Bolsonaro e para se eleger, segundo o jornal o Estado de Minas, Thronicke “surfou na ‘onda conservadora” e afirmava, durante a campanha, que “Bolsonaro era uma de suas influências para adentrar o mundo político”. Atracada a Bolsonaro, Soraya usou o slogan: “A senadora do Bolsonaro”. Foi com esse slogan que Soraya Thronicke se elegeu ao Senado no pleito de 2018. Eleita, traiu Bolsonaro seguindo o caminho de Frota e outros que usaram Bolsonaro para se eleger.
Declarou na época ao TSE seu patrimônio: 10 mil reais. Pobrinha, pobrinha. Quatro anos depois, agora candidata a presidente, o site UOL publicou:
- “Soraya Thronicke declara ao TSE patrimônio 78 vezes maior que em 2018”.
Se deu bem a Soraya. Muito bem. Ela parece ter seguido o caminho do antropólogo Darcy Ribeiro, senador, que definiu o Senado como o "céu". Com uma vantagem: Não é preciso morrer para estar nele."
O Senador queria dizer que “o Senado é um paraíso. É aquele lugar onde existem impunidades, farto dinheiro público para gastos privados e empregos abundantes para parentes e amigos. Nesse céu legislativo particular entram apenas 81 Senadores e possui 10 mil funcionários para dele cuidar”.
Mas vamos a alguns destaques do debate da Band. Organizado por entidades que fazem oposição a Jair Bolsonaro tais como UOL, Folha de S.Paulo e TV Cultura, a organização do debate escalou para fazer perguntas somente jornalistas contrários ao presidente, verdadeiros militantes que escrevem textos e fazem declarações todos os dias nos meios de comunicação em que trabalham contra Jair Bolsonaro.
Logo o Presidente entendeu que havia se metido em uma arapuca e mais do que nunca Jair Bolsonaro foi Jair Bolsonaro: atacou, defendeu-se, mostrou o que fez, acusou e não se deixou intimidar pelo cerco feito a ele.
Simone Tebet, que no debate sempre poupava Lula e criticava Bolsonaro, recebeu logo sua merenda: o presidente questionou a atuação dela na CPI da Covid-19:
- "A senhora falou uma frase na CPI, o seguinte, “não é porque houve malversação de dinheiro público que devemos investigar”. A senhora foi conivente com a corrupção na CPI. Não achou nada contra mim. Escondeu Paulo Gabas que desviou R$ 50 milhões e não foi investigado pela CPI. A senhora é uma vergonha para o Senado Federal e não estou atacando mulheres não. Não venha com historinha de atacar mulheres, de se vitimizar".
Espantados com o show do Presidente, os jornalistas-militantes e os cinco-participantes-acusadores, encontraram uma única brecha para suas manchetes do dia seguinte. Foi no momento em que a jornalista Vera Magalhães, inimiga declarada de Bolsonaro e âncora da TV Cultura, perguntou:
- “A cobertura vacinal no Brasil vem despencando nos últimos anos. Em que medida o senhor acha que a desinformação sobre vacinas, difundida inclusive pelo presidente da República, pode ter contribuído? Além de agravar a pandemia da Covid-19 e causar mortes que poderiam ter sido evitadas também para desacreditar quanto à eficácia das vacinas em geral?”
Note o quanto a pergunta foi ofensiva. Releia devagar e veja quantas afirmações e acusações foram feitas ao Presidente: desinformação, mortes, descrédito das vacinas...
Bolsonaro podia, simplesmente, ter dito aos organizadores que aquilo não era uma pergunta, mas uma acusação. Que ela deveria refazer a pergunta, pois fugia às regras do debate.
Mas Bolsonaro é Bolsonaro. Ele não deixou barato e respondeu no mesmo tom:
- “Vera, não podia esperar outra coisa de você. Eu acho que você dorme pensando em mim, você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido em um debate como esse, fazer acusações mentirosas a meu respeito. A senhora foi conivente com a corrupção na CPI, não achou nada contra mim. A senhora é uma vergonha! E não estou atacando mulheres, não. Não vem com essa historinha de se vitimizar. Vera, você, realmente, foi fantástica. Me deu oportunidade para falar um pouco de verdades sobre você”.
Essa foi a deixa para que, irados, os cinco “ilusionistas bonzinhos” atacassem Bolsonaro e dissessem que estavam solidários a Vera, pois ela tinha sido agredida. Esse também foi o momento certo para que os jornalistas fizessem suas manchetes: “mulher é atacada por Bolsonaro”, foi a manchete da Folha no dia seguinte.
E foi uma festa: jornalistas, artistas, celebridades, debatedores nas redes sociais todos se solidarizaram com a ofensora Vera, afirmando que ela foi vítima de machismo, de agressão às mulheres. Vera deu uma de Maria do Rosário. Lembram dela? Atacou, atacou e saiu como vítima.
É claro que o país não está quebrado, está é recuperado! Bolsonaro recuperou a nação e ela está andando. Volta a brilhar!
E é por isso que as cascavéis amolam os dentes e esfregam as mãos e balançam seus chocalhos fazendo aquele barulho amedrontador, loucas para novamente se locupletarem com o dinheiro da nação.
Só que não! Dessa vez seus guizos serão cortados, seu veneno combatido e seus dentes arrancados.
E tudo isso será feito, democraticamente, com o voto dos conservadores!
Carlos Sampaio
Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)