Tirem-lhe o cargo e acabará o homem. Na realidade é esta a força de Renan Calheiros, ou seja a condição de presidente do Senado Federal.
Tal como Cunha na Câmara, aliás, com mais intensidade, Renan no Senado tem a capacidade de manipular a tramitação das matérias, ora retardando, ora acelerando o andamento.
A PEC do teto dos gastos públicos, hoje a grande batalha do governo de Michel Temer, depende essencialmente da ação de Renan.
Por outro lado, o tom mais agressivo adotado pelo senador ultimamente é de fácil interpretação. Independente do resultado do julgamento da ação da Rede no STF, dia 03 de novembro, que poderá ter o condão de afasta-lo imediatamente da linha sucessória da presidência da República (veja aqui) e, em consequência, da presidência do senado, Renan vive o momento derradeiro a frente da câmara alta do Congresso Nacional do Brasil.
O seu mandato termina em janeiro e logo teremos o recesso. Resta-lhe pouquíssimo tempo para fazer suas lambanças, negociações e negociatas.
Fora do centro do poder, Renan passará a ser tão somente um ‘senadoreco’.
Assim, já fragilizado, e com a Operação Métis em suas portas, Renan perdeu a frieza e a maneira comedida com que sempre pautou sua atuação.
A água bateu no ‘bum bum’.
Renan está com medo. Sabe que fatalmente terá o mesmo destino de Cunha.
José Tolentino
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José Tolentino
Jornalista. Editor do Jornal da Cidade Online.