Polícia investiga relação de advogada amiga de Lula com o crime organizado
13/08/2022 às 18:35 Ler na área do assinanteO influenciador digital conservador Kim Paim chamou a atenção no seu Twitter para a investigação que a advogada Deolane Bezerra está sendo alvo.
Você não conhece Deolane Bezerra?
Tudo bem, há pouco tempo ela era uma ilustre desconhecida.
Deolane se tornou famosa nas redes sociais após a trágica morte do seu ex-marido, MC Kevin que caiu da varanda de um hotel cinco estrelas no Rio de Janeiro. Num episódio muito mal explicado.
Numa de suas declarações mais famosas (e infelizes) Deolane afirmou :
“Gosto de bandido, gosto de advogar pra bandido... Dra casa caiu, eu fiz ‘memo’, tá bom então vamos tentar diminuir a pena...”.
Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostram que a empresa de Deolane Bezerra movimentou quase o triplo do limite permitido.
A polícia investiga o envolvimento da advogada com o crime organizado.
Segundo o Coaf, a empresa de Deolane movimentou R$ 13 milhões entre maio de 2021 e maio de 2022, muito acima do limite de R$ 4,8 milhões estabelecido pelo Simples Nacional. O novo inquérito foi instaurado na mesma delegacia responsável pela busca realizada na mansão de Deolane Bezerra, em julho.
Apesar de tentar demonstrar que o seu patrimônio recente tem sido formado por meio de contratos de publicidade, a estrela das redes vai responder por crime contra as relações de consumo e associação criminosa.
Os negócios costumam ser anunciados por Deolane, nas redes, como propostas rentáveis. Em um deles ela diz:
"E não é porque eu sou embaixadora não, mas Lance Milionário é a melhor do mercado".
Em publicação recente, a advogada ainda cita:
"É a empresa que eu mais gosto hoje em dia de divulgar, eu não tenho trabalho, não me enche a paciência, o retorno é muito bom".
Em outra publicação, a advogada além de fazer a publicidade e venda de produto com características de jogo de azar, publica em seu instagram que o filho, de 16 anos, utiliza a plataforma para jogos e anuncia que o menino ganhou e resgatou R$ 10 mil.
Deolane está sendo investigada ao lado das irmãs Daiane e Daniele Bezerra, que aparecem como sócias da empresa "Bezerra Publicidade" e se valem de propagandas anunciadas com métodos parecidos. Segundo o inquérito, "as influenciadoras não estão agindo como 'garotas propagandas' dos itens, em verdade, atuam como 'sócias de fato' dos produtores, tendo em vista, receberem 'porcentagem' na venda de cada um".
O documento aponta para a prática "reiterada" de crimes contra as relações de consumo, uma vez que as envolvidas se aproveitam da capacidade de seduzir seus seguidores e da confiança que eles depositam nelas. Se ficar comprovado que Deolane e suas irmãs, induziram o consumidor ou usuário a erro, por indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre o bem ou serviço, por meio da divulgação publicitária, elas estarão sujeita a pena de detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
A polícia também acusa a advogada de sonegação fiscal. Deolane declarou à Receita Federal o total de rendimentos tributáveis no singelo valor de R$ 67.026,32, renda incompatível com a vida de luxo e ostentação.
"Analisando a modesta declaração de imposto de renda de 'pessoa física' da investigada, verificamos que é contrastante com o 'luxuoso e dispendioso' estilo de vida da influenciadora digital Dra Deolane, razão pela qual, compreendemos as razões para as comunicações feitas pela instituição bancaria ao Coaf em face da identificação de indícios de sonegação fiscal", diz o documento.
Segundo o inquérito, pode ser possível que parte do volume a que se credita serem originados de contratos de publicidade, "em verdade, possam ser resultantes de atividade destinada ao branqueamento de dinheiro oriundo do tráfico de drogas".
Deolane, a exemplo do seu candidato a presidente Lula, não precisam de inimigos. Basta deixar um microfone ligado perto deles para se enrolarem.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.