Por vários aspectos, é, sim!!!
Nos últimos tempos a sociedade mundial tem percebido uma intrigante jogada da esquerda. Aqui no Brasil não é diferente. A observação sobre as vitórias de esquerdistas em países como a Argentina, Chile, Colômbia, França, e tantos outros, passa pela abstenção nas eleições.
A abstenção (não ir votar sem justificativa formal que o impeça) significa problema à vista para o eleitor, numa série de impedimentos, enquanto cidadão. Pelo menos aqui no Brasil, uma vez que cada país tem suas próprias leis eleitorais.
Porém, a abstenção não é o único empecilho para uma democracia totalmente plena. O voto inválido, ou seja, votar em branco ou anular o voto também tem uma consequência (perversa) para definir os rumos do país. A abstenção, o voto em branco ou anular o voto, passaram a ser tratados como um dos “candidatos”, uma chapa única, com real poder de força eleitoral.
O cidadão que considera uma destas três opções em detrimento do efetivo exercício da cidadania, não o faz sob a luz da consciência democrática.
Não se trata aqui sobre ser legal ou ilegal. Tanto que a democracia os fazem existir e permite sua legalidade.
A questão é o que ronda essa perigosa “candidatura”. A quem interessa fazer essa verdadeira propaganda político eleitoral?
Foi o que fez a revista Crusoé, parceira de outra maquiavélica mídia, O Antagonista, nesta semana, ao publicar uma matéria onde incentiva, querendo ou não, a negação ao voto válido (votar em determinado candidato ou partido), e faz apologia a antidemocracia, e por mais paradoxal que pareça, faz uso da democracia para trabalhar contra ela.
A matéria publicada pela reconhecida revista militante, travestida de jornalismo, traz em seu bojo, um conteúdo nada coerente. A começar pelo título - Voto nulo não é pecado. Mediante o extremismo da mensagem, não vale nem uma análise mais aprofundada, uma leitura desnecessária.
Leiam apenas este trecho do texto, que traduz um pouco do besteirol, com traços de vitimização tão peculiar aos esquerdistas de plantão, que ele trazem a seus leitores:
“As abstenções, essas sim, cresceram muito: atingiram 20,3% do eleitorado em 2018, o maior índice do século. Mas pouco importa. Apesar de haver um desnível entre a tentação do voto nulo e a sua concretização, os eleitores que cogitam praticá-lo são alvos de uma pressão que às vezes se assemelha ao bullying. O desejo de não entregar seu voto a nenhum dos candidatos que lideram as pesquisas pode ser tratado como um sinal de ignorância ou alienação; como uma falha de caráter, a exemplo da covardia ou da indiferença; e até mesmo como um pecado.”
Mais vale lembrar aos eleitores menos atentos, despreparados, aqueles da turma do Odeio Política, uma mensagem dada no texto de Bertolt Brecht, O Analfabeto Político:
“O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo.”
Pobre imprensa (suja) brasileira!!!
Texto disponível no Blog Opinião Liberal.
Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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