Manifestos são saudades do tempo em que as tetas do Estado eram fartas
12/08/2022 às 11:30 Ler na área do assinante*“Corvus oculum corvi non eruit”.
*“Um corvo não arranca o olho de outro corvo” é a frase latina que descreve bem a reunião dos que participaram do ato em que foi lida a tal “cartinha” pela Democracia. Durante toda semana o “consórcio de imprensa” liderado pela Globo, fez um esforço gigantesco para defender o ato encabeçado pela USP, afirmando sempre que as “lideranças” não estavam fazendo um ato em favor de Lula e contra Bolsonaro.
Durante o ato ficou claro que tudo era lorota, que o alvo era mesmo Bolsonaro. A cada discurso que se sucedia, a gabolice dos participantes aumentava e os participantes que se diziam líderes ou representantes de cada ala (todos sem liderados) afirmavam que estavam ali pedindo por respeito ao estado de direito, à democracia e ao sistema eleitoral, que o ato era uma reação da sociedade às ameaças golpistas.
Schwartsman, da Folha, aquele que pediu a morte de Bolsonaro, escreveu um artigo e disse que:
- “Fico satisfeito em constatar que traçamos uma linha vermelha para o atual ocupante do Planalto, mas não consigo deixar de lamentar que tenha demorado tanto”.
Satisfeito ficamos nós, pois agora o véu que encobria a dissimulação foi retirado e todos aqueles que se escondiam nas sombras surgiram. Agora tudo fica mais claro. Todos os que se escondiam por trás das centenas de pedidos de impeachment, apareceram, pedidos, diga-se de passagem, sem nenhum elemento jurídico que justificasse seu recebimento. Acusações torpes, culpando o Presidente por mortes provocadas por um vírus desconhecido sem qualquer tipo de remédio ou vacina para combatê-lo.
Diferente dessas acusações, foi o espetacular desempenho do Presidente e de sua equipe de governo durante a pandemia, comprando vacinas quando surgiram e foram liberadas e não deixando o Brasil transformar-se em uma Argentina, onde o caos econômico e social impera, resultado do “fique em casa, a economia a gente vê depois”.
“Liberdade”, foi sempre a frase do Presidente durante a pandemia. “Transparência” é a frase que repete hoje, e que deixa arrepiados os participantes e assinantes dos manifestos.
O fracasso de seus grasnados agourentos, gritados em conjunto no dia de hoje, mostrou ao Brasil uma “elite intelectual” sem noção e incapaz de criticar a si mesma. Uma “elite” que joga confete “nos amigos”, quando os amigos são apropriados. Uma ‘elite” estúpida e cínica unida por interesses. “Elite” saudosa das tetas gordas do estado e enquanto esses interesses forem convenientes, permanecerão juntas, unidas, elogiando uns aos outros, porque essa aliança ainda é benéfica.
Ciro Nogueira, Ministro da Casa Civil, em entrevista a CNN definiu esses atos como “pequenos comícios da esquerda”. Foi perfeito.
Eu avanço um pouco mais e defino essas manifestações como uma comédia vergonhosa, pois ao final dessa farsa teatral, a grande maioria dos participantes arrancaram as máscaras e gritaram:
- “Fora Bolsonaro”!
O grito revelou o verdadeiro motivo desses manifestos.
E a verdade se fez presente, brilhante como o sol que nasce, iluminando a mente dos brasileiros que assistiam a peça teatral burlesca.
Afinal, um corvo não arranca o olho de outro corvo.
Carlos Sampaio
Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)