O xadrez 5G de Bolsonaro faz o DataFolha rebolar para tentar justificar o injustificável
05/08/2022 às 08:32 Ler na área do assinanteAlguns meses antes dos anúncios de apoio, o PT e o PSB protagonizaram disputas internas, e negociaram ao extremo para tentar manter um espaço maior em quatro dos grandes estados do país.
Molusco sempre disse que não abriria mão quando o assunto fosse candidaturas chave, que incluem Rio, São Paulo, Minas e Pernambuco, não importando o que fosse tratado antes. Mesmo assim, os aliados tentaram arriscar.
Quando Molon e Freixo disputaram as internas, Lula fez questão de empurrar Freixo na chapa, pois entendia que na hora da pressão o PSB abriria mão de seus interesses por um "Projeto Nacional".
Mas o PSB conhecia o PT de outros carnavais, e não abriu.
Quando Mourão foi cotado para concorrer no Rio, um passarinho verde assobiou que Castro era melhor por estar próximo de Ceciliano. Claro que a base viu com maus olhos, mas a galera do cérebro sabia que o alinhamento influenciaria na disputa interna, e iria minar o PT justamente na reta final do pleito.
Molon e Freixo não são tão amigos como França e Haddad. Com Romário na frente, a esquerda no Rio parece afundar com um buraco no meio do barco que eles mesmos fizeram.
Sem as alianças com PP e PL no Norte e Nordeste, sem grande parte do MDB graças as falas de Lula e Dilma, sem apoio da família Gomes, sem Marília e sem Molon, o PT mostra que o projeto sempre foi de poder, nunca de nação. São fominhas por natureza e não aprenderam com o Centrão que o segredo do bolo é dividir a farinha.
Zema tem de segurar apoio ao candidato do Novo no primeiro turno, mas já está fechado em um possível segundo com Jair. Castro tem boas chances, e Tarcísio ainda vai jogar forte quando o passado de Garcia, principalmente com os escândalos do irmão, vierem a tona.
Os 3700 prefeitos de Ciro Nogueira e Valdemar, e a possível aliança com maior parte do União Brasil, mostra que o governo jogou para ganhar, fazendo o Datafolha rebolar bastante para justificar seus dados.
E ainda tem gente que não acredita no xadrez 5G do presidente.
Victor Vonn Serran
Articulista