As “ligações cabulosas” e o maior temor da cúpula do PT
09/07/2022 às 08:13 Ler na área do assinanteO envolvimento da facção criminosa PCC com o Partido dos Trabalhadores parece evidente e vem de longa data.
Inúmeros fatos e acontecimentos levam a essa óbvia dedução.
Nesse sentido, a Revista Crusoé, em matéria assinada pelo jornalista Cláudio Dantas, demonstra que ‘inquéritos sigilosos mostram como a facção criminosa se aproximou de integrantes do PT e avançou perigosamente sobre a política’.
A reportagem faz um alerta: "É fundamental que o assunto seja debatido e esclarecido na campanha eleitoral."
Na realidade, o jornalista pegou leve. Os ‘diálogos cabulosos’ entre o partido e a facção sempre existiram, por diversas vezes já vieram à tona, porém, só agora, algo que a cúpula do PT realmente teme, está prestes a acontecer:
“O que a cúpula do PT teme mesmo é o avanço de outra investigação deflagrada recentemente contra João Muniz Leite, contador de Lula e também suspeito de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital. Uma semana após a operação contra Senival (Senival Moura, vereador petista em São Paulo), o Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) pediu à Justiça o sequestro de bens de Muniz Leite e de sua mulher, que, segundo as investigações, ganharam 55 vezes em loterias federais somente em 2021.”
E prossegue a matéria com uma informação importante:
“Em uma das vezes, ele dividiu um prêmio de 40 milhões de reais da Mega Sena com o traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, de quem também era contador. Principal fornecedor de drogas do PCC, o traficante foi morto em dezembro passado, num caso rumoroso envolvendo a lavagem de até 2 bilhões de reais em criptomoedas. Os policiais desconfiam que o dinheiro da loteria foi usado por Cara Preta para comprar, além de imóveis e veículos de luxo, uma empresa de transporte paulista, a UPBus, em parceria com outros cinco integrantes do PCC e 18 de seus familiares.”
Enfim, a tese:
“A tese de que o contador Muniz Leite atuaria apenas como ‘laranja’ do líder do PCC é reforçada por uma recente ação de cobrança contra ele, em cujas contas a Justiça paulista nada encontrou. Segundo o delegado Fernando Santiago, do Denarc, ele abriu, a mando de Cara Preta, várias empresas de fachada, usadas para ocultar a origem dos recursos ilícitos. Na operação contra Muniz Leite, Cara Preta e outros criminosos, foram apreendidos vários ônibus da UPBus, que, assim como a Transunião e a Transcooper, mantém contrato (600 milhões de reais) com a Prefeitura de São Paulo.
As três empresas supostamente controladas pelo PCC (UPBus, Transunião e Transcooper/Pêssego Transportes) fazem parte do grupo de 14 cooperativas que tiveram seus contratos renovados pela Prefeitura em 2017, de forma emergencial. A contratação se deu por atraso no lançamento da nova licitação, desde que o edital elaborado na gestão Haddad/Tatto foi suspenso por decisão judicial, devido a uma série de impropriedades.”
E a revelação:
“Curiosamente, o contador de Cara Preta também foi responsável por abrir empresas de Roberto Teixeira, compadre e advogado de Lula, e dos filhos do ex-presidente. Os mais recentes CNPJs de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e sua esposa Renata foram providenciados por ele, responsável também pelas declarações anuais de IR do petista há mais de 15 anos.”
Estranhamente, boa parte da mídia tradicional está ignorando o assunto.
Imaginem o que aconteceria se o tal Muniz, 'sócio' do Cara Preta, fosse o contador de Bolsonaro?
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Fonte: Revista Crusoé