Morre magistrado que teve participação fundamental no início da carreira política de Bolsonaro
23/06/2022 às 10:54 Ler na área do assinanteO desembargador do Rio de Janeiro Egas Moniz de Aragão Daquer, amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro, faleceu nesta quarta-feira (22).
O magistrado teve decisiva participação no início da vida pública do atual presidente brasileiro.
Nos idos de 1988, quando o então capitão tentava sua primeira candidatura, para vereador do Rio de Janeiro, e Egas fez algo muito importante, demonstrando confiança naquele jovem militar.
“Pedi-lhe ajuda para a campanha. Fui no seu escritório no dia seguinte. A oferta? Uma máquina de xerox à minha disposição. A mesma tirava 7 cópias por minuto. Todas as resmas de papel A-4 também foram ofertadas por ele, no total 66. Eu, quase sempre só, rodava o material e, com uma espátula ou gilete, cortava os ‘santinhos’, numa matriz de 4x7. Logo, cada folha rodada, 28 ‘santinhos’. No dia seguinte distribuía o material no trem Central/Santa Cruz, Vila Militar, Região do 1° Distrito Naval, conjuntos habitacionais das FFAA, entrada de hospitais militares... Assim fiz minha campanha. Fui o mais votado pelo PDC”, conta o próprio Bolsonaro.
O trecho acima é parte de um relato emocionante, em que Bolsonaro faz uma homenagem ao amigo, em suas redes sociais.
Leia a íntegra:
1- Faleceu ontem uma pessoa que confiou em mim num dos momentos mais difíceis da minha vida.
2- Ano de 1988, era candidato a vereador pelo Rio/RJ, mas não as tinha condições financeiras mínimas para a campanha.
3- Fui levado ao apartamento dessa pessoa no Flamengo/RJ, por um colega dele, oficial R/2 de Artilharia.
4- Ele estava em seu quarto. Deitado mesmo, aparentando não estar muito bem, apanhou uma revista Veja de setembro/1986, que estava na cabeceira da cama.
5- Mostrou-me a última página na seção "Ponto de Vista", com uma matéria minha com o título "O Salário está Baixo."
6- Disse-me: esta Revista está aqui há mais de um ano, você será Presidente da República."
7- Pedi-lhe ajuda para a campanha. Fui no seu escritório no dia seguinte. A oferta? Uma máquina de xerox à minha disposição. A mesma tirava 7 cópias por minuto.
8- Todas as resmas de papel A-4 também foram ofertadas por ele, no total 66. Eu, quase sempre só, rodava o material e, com uma espátula ou gilete, cortava os "santinhos, numa matriz de 4x7. Logo, cada folha rodada, 28 "santinhos".
9- No dia seguinte distribuía o material no trem Central/Santa Cruz, Vila Militar, Região do 1° Distrito Naval, conjuntos habitacionais das FFAA, entrada de hospitais militares...
10- Assim fiz minha campanha. Fui o mais votado pelo PDC. O 2° do partido foi um Coronel Médico do Exército, Ivanir de Mello.
11- Deixei meu querido Exército por ocasião da diplomação em dezembro/1988. Em 1990 me elegi deputado federal.
12- Esse meu início da vida pública devo a Deus, e ao Tenente R/2 e Desembargador Egas Moniz de Aragão Daquer.
13- Nosso Criador o acolha em sua infinita bondade e conforte seus familiares.
14- Ontem, pela manhã, por coincidência do destino havia recebido de um conhecido o telefone do seu filho Marcelo.
15- À noite (23h16) liguei para ele e o mesmo se encontrava emocionado, pois seu pai havia nos deixado pouco tempo antes.
16- "Nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna."
17- Cap Art R/1, Jair Bolsonaro.
Foto: dezembro de 2021. Vitória, JB, Marcelo e Egas.
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