A corrida eleitoral americana traz um duelo à parte entre dois nomes de peso no cenário político, de um lado a ex-primeira dama e ex-secretária Geral de Estado, Hilary Clinton, esposa do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, do outro lado, um magnata americano, do ramo imobiliário e pré-candidato à presidência dos Estados Unidos pelo partido republicano, Donald Trump.
Sua fama deu-se pelo destaque na imprensa do seu estilo extravagante. Depois, ficou ainda mais conhecido no programa “The Apprentice” (“O Aprendiz”, que também teve versão brasileira). Ele fazia o papel do “chefe”.
Donald Trump é um candidato bastante conservador e suas ideias têm causado polêmica.
Poucos comentaristas políticos acreditavam que Trump conseguiria a indicação do partido republicano para disputar a presidência. Mas Trump mostrou força. Deixou para trás candidatos mais “gabaritados”, como Jeb Bush (irmão do ex-presidente George W. Bush e filho do também ex-presidente George Bush). Ainda não se sabe as chances reais de Trump ganhar as eleições, mas não se pode mais subestima-lo.
Pra conhecer um pouco este momento político nas eleições americanas, é preciso voltar as primárias do Partido Republicano, que anunciou a candidatura de Donal Trump, para as eleições presidenciais de 2016.
Inicialmente, em seu discurso, Donald Trump, na ocasião, defendeu um "grande muro" na fronteira sul do México que, segundo ele, "não é um amigo".
"O México manda sua gente, mas não manda o melhor. Está mandando gente com um monte de problemas... Estão trazendo drogas, o crime, os violadores. Acho que há alguns que são bons", disse o empresário.
Ao propor deportar todos os imigrantes sem vistos, erguer um muro na fronteira com o México e barrar a entrada de muçulmanos, o pré-candidato à Presidência americana Donald Trump despertou a ira de muitos estrangeiros que moram nos Estados Unidos.
Donald Trump discursa de uma maneira que todas as pessoas com um conhecimento razoável de inglês conseguem entender.
Mas justamente por Trump se contradizer toda hora e oferecer opiniões divergentes sobre um mesmo tema, muitas pessoas acham que ele está simplesmente sendo honesto.
Numa campanha em que declarações são dadas de olho em grupos específicos de eleitores, muitas pessoas consideram autenticidade mais importante do que conceitos planejados, que soam impessoais e decorados.
Para muitos, suas declarações, seus insultos e suas gafes são a prova de que ele não tem medo de fazer inimigos. Isso é visto como sinal de força, especialmente se a intenção é defender os interesses americanos no cenário global. Muitos dos seus apoiadores não falam palavrões nem insultam mulheres, mas veem isso como um sinal da força que esperam de um líder.
O sonho de Trump de que os Estados Unidos "voltem a ser grandes como no passado" esconde, sobretudo a rejeição de que se vive num mundo globalizado. Essa postura faz com que Trump seja o único, nesta campanha eleitoral, a oferecer um antídoto para o medo da mudança.
Uma das razões fundamentais de fervor a Donald Trump é que ele representa o ideal da "América para os americanos", enquanto Hillary quer que o mundo Wall Street ou o Corporatocracia, o que implica uma diferença substancial nos métodos para atingir esses propósitos já que esta não disse que vai manter um punho de ferro da direta no planeta com intervenção ou golpes, como foi recentemente o impulso à aplicação da Carta Democrática da OEA, a fim de legalizar a violência na Venezuela.
Dentre todas as polêmicas registradas por Trump, uma delas, dirigida ao Brasil, foi certamente, um gesto grosseiro, quando no aeroporto, respondendo aos repórteres acerca de projetos para os imigrantes, por escolherem Nova Iorque como principal destino, ele respondeu afirmando que os imigrantes brasileiros não são bem vindos à economia americana, pois os mesmos parecem porcos latinos, “chafurdando tudo pela frente, tão desorganizados quanto à economia brasileira, as declarações feitas por Trump, não caíram bem na comunidade brasileira, que pediu retratação do candidato”.
Certamente, as razões que levam Trump a preterir os países latinos, esteja proporcional a sua intenção de impedir a ilegalidade de estrangeiros nos Estados Unidos, mas, ainda que este fosse o motivo de sua revolta, não me parece justo o ato preconceituoso de um pretenso candidato à Casa Branca, destilando seu veneno contra etnias, povos, gente de outras nacionalidades e ideologias.
Presumo que Trump, quer apenas um governo centrado na hegemonia de seu império e na força de seu pais, como reflexo maior de sua prepotência e vulgaridade, quando de forma aberta, insulta, provoca, polemiza, e cria um estado de nervos, que define os rumos de sua intenção em ser um nome aclamado pelas urnas nas eleições que estão por vir nos Estados Unidos.
Nestes dias, uma frase capciosa está rondando nos círculos políticos de Washington: é muito improvável que Trump vença, mas também é muito provável que Hillary perca.
Pio Barbosa Neto
Professor,escritor, poeta, roteirista