O avanço de Bolsonaro para conter os reajustes de combustíveis e a vingança do Conselho da Petrobras
18/06/2022 às 08:18 Ler na área do assinanteAssim que o anúncio de demissão do presidente da Petrobrás tomou forma, o Conselho da companhia correu para reajustar os preços, logo após o anúncio do limite do ICMS dos Estados. Uma vingança clara, pelo avanço do presidente no sentido de tentar conter os reajustes através da pressão na parte privada da empresa.
Coelho vai sair, mas deixou o prejuízo. Claro que Arthur Lira não ia deixar barato, visto todo o trabalho da Câmara neste feriado. Assim um conjunto de propostas começa a rodar no legislativo. O Conselho comprou uma briga feia, e fica difícil ver como isso vai terminar.
A PPI determina um atraso para reajustes. Isso foi tratado ainda na gestão Temer. Porém os caras ganham demais nessa, e entendem que intervenções diretas mandam sinais negativos para investidores internacionais. Eles sabem que Bolsonaro não quer que esses investidores fiquem com receio, ainda mais quando a economia do país cresce enquanto o mundo está mergulhado no caos.
Assim a privatização entra no radar, mas não só ela, como também a quebra do monopólio. O governo pode ainda, aprovar meios para que a compra de combustível já chegue refinado de outros locais, o que pressionaria a companhia, que ficando com estoques cheios, seria obrigada a vender mais barato. Poderia ainda recomprar ações, taxar lucros ou extinguir a própria PPI em um regime de urgência.
Tanto o Conselho, como o próprio Coelho estavam correndo das declarações a imprensa, mas uma determinação de Mendonça pedindo explicações, caiu como uma bomba no colo dos caras. As justificativas vão trazer informações que podem compor até uma possível futura CPI sobre a política de preços adotada.
O governo já tenta delimitar os objetivos dela para que a oposição não ache brechas em ano de pleito.
Isso mostra que ficou bem claro que existem forças maiores, de âmbito internacional, agindo para que Bolsonaro não seja reeleito.
Porém, as reações das próximas três semanas, vão mostrar o quanto os caras vão ter de rebolar para isso não acontecer.
Victor Vonn Serran
Articulista