O documento histórico do general para o ministro: Não pode haver escuridão eleitoral
11/06/2022 às 07:41 Ler na área do assinanteO documento histórico que o Ministro da Defesa do Brasil, General Paulo Sergio Nogueira remeteu ao presidente do TSE, ministro Edson Fachin, é revelador.
Na correspondência o General de carreira alerta ao magistrado nomeado, em apurada síntese, que eleições são questões de Estado e fundamentos da República e da Democracia.
Ou seja: não podem existir dúvidas sobre o processo eleitoral.
De nenhuma espécie ou natureza!
Direto ao ponto o Ministro da Defesa foi claríssimo:
“Eleições transparentes são questões de soberania nacional. (...). Não nos interessa concluir a eleição sob a sombra da desconfiança".
O documento diz ainda mais:
“Destaca-se que, por se tratar de uma eleição eletrônica, os meios de fiscalização devem se atualizar continuamente, exigindo pessoal especializado em segurança cibernética e de dados.".
O Brasil vive dias difíceis quando um dos Poderes da República (o Judiciário, através do STF) interfere nas atribuições e prerrogativas exclusivas dos outros, em nítido ativismo motivado por interesses ideológicos.
A maioria da nação soberanamente, sente e reage ao garrote que passou de todos os limites, beirando à insensatez e à afronta descarada e atrevida.
A sensação que se tem é que o Estado está tomado por uma aristocracia medieval - que não tem limites que não respeita mais à Constituição e que não dá sinais de recuar na sua insanidade.
De roldão, prende desafetos, impõe censura, inibe e ameaça a liberdade de expressão, patrola a imunidade parlamentar, solta bandidos de alta periculosidade, anula processos penais em decisões monocráticas, impede escandalosamente o combate ao narcotráfico, esfacela o devido processo legal em "inquéritos do fim do mundo".
Ou seja, faz e acontece!
Tudo diante de um Senado dominado por um grupo que forma uma maioria frágil de vassalos comprometidos.
E como se não bastasse, deixam a nítida e mais que justificável impressão que querem por o dedo esquerdo no teclado das urnas eletrônicas.
Qual o quê?
Alto lá camarada!
Esse me parece ser o recado claro do documento em questão.
Tenho a impressão que o ministro ativista encontrou - institucionalmente - uma trincheira de resistência, bem armada e pronta para reagir.
Em outras palavras: sim, para o voto!
Sem medo de sermos felizes...
Quem ganhar, que leve!
Mas no grito, na dúvida, na insegurança e na incerteza dos interesses inconfessáveis o jogo não vai rolar.
Não pode haver escuridão eleitoral.
Nem podemos perder ou contaminar a magnitude do norte de direção da bússola.
A tradição nos revela que nos momentos de dificuldades e sempre de forma providencial, diante de necessidades extremas, as estrelas brilham para iluminar os caminhos.
Tanto no oriente como no ocidente!
Luiz Carlos Nemetz
Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz