Após várias semanas, ou mesmo meses, atormentando o Brasil decente e erodindo a reputação do País no estrangeiro, finalmente o TSE, após esgotadas todas as muitas chicanas que o Direito brasileiro permite aos bilionários e após dez horas (!!!) de deliberação, chegou à conclusão que até as pedras já conheciam: O detento Lula, o maior corrupto da História das democracias ocidentais, o crápula entre crápulas, o Princeps Corruptorum é inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Esta decisão ocorreu em 01/09/2018.
Segundo a advocacia de Lula, ainda existe espaço para mais de uma centena de recursos nas várias Cortes de nossa Justiça Tabajara, que o Grande Canalha usará para mais ainda mentir, fazer-se de mártir e perseguido junto à mal informada imprensa estrangeira e à Comissão de Direitos das Esquerdas (CDE) da ONU, agora sob a presidência da comunista e militante do Foro de São Paulo, Michele Bachelet. Isso para denegrir mais ainda nosso País no estrangeiro, contando sempre com a letargia cúmplice dos embaixadores de Temer mundo afora.
Mesmo assim, e surpreendentemente, a votação teve um voto dissidente: Edson Fachin * votou por acatar a “determinação” da CDE e contra os mecanismos do Estado Democrático Brasileiro, mesmo após aquele agrupamento de “indivíduos independentes” ter sido exposto pelo Conselho (não confundir com a “Comissão”) dos Direitos Humanos da ONU, que veio a público esclarecer que as “decisões” daquela Comissão não têm efeitos vinculantes.
Mas Fachin se abraçou ao barco furado daquela Comissão, uma inutilidade que sempre se omitiu ante as maiores tragédias ocorridas e que ocorrem no mundo, em países tais como Venezuela, Nicarágua, Angola, Arábia Saudita, Iêmen, etc. Como entender tal coisa? A mim só me ocorre, como explicação, uma recaída lulopetista de Edson Fachin. Não nos esqueçamos que Fachin, durante a campanha presidencial de 2014, subiu ao palanque de Dilma Rousseff, em Curitiba, para apoiá-la explicitamente e pedir voto para a retardada mental petista. Depois, na sabatina no Senado, jurou por todos os juros que, uma vez togado, comportar-se-ia como magistrado, sendo guiado apenas pela Lei e pela Constituição brasileiras. E assim fez, com perfeição.
Até ontem!
Penso, sem ser psicólogo, que a visão de condenar o chefe supremo da organização que defendeu no palanque de Dilma foi demais para o militante petista Edson Fachin. Qualquer desculpa, por mais esfarrapada que fosse, serviria para aplacar sua consciência de antigo defensor da candidatura petista. Agarrou-se à jangada podre da “determinação” fajuta do CDE.
Triste retorno às origens políticas, ministro Fachin. Que papelão o senhor desempenhou nesta noite.
Noite que poderia ser de completa redenção do Brasil decente.
O senhor atrapalhou a festa da democracia neste 31/08/2018.
Aquele voto solitário de Edson Fachin representa a primeira recaída deste antigo militante petista, comunista de coração e amigo caro ao MST. Até então ele se comportara razoavelmente, fingindo ter-se libertado da militância de esquerda e transformado-se em magistrado no Gabinete de Dilma Rousseff.
Ledo engano!
“Once a king, always king”, diz o ditado inglês.
Em 8 de março de 2021, Fachin teve a mais ousada, a mais atrevida, a mais cínica e a mais despudorada e deletéria recaída petista: anulou todas as condenações de Lula na Lava Jato, duas delas já confirmadas em até a terceira instância.
Alegação? Fachin, em um ato absolutamente atrevido e lesivo à Justiça e ao País, alegou incompetência do foro de Curitiba (erro de CEP, como se diz) e anulou todas as ações contra Lula. Ele descobriu o suposto “erro de CEP” após anos de recursos da advocacia de Lula passando por suas próprias mãos, sem contar os demais tribunais superiores. Assim os três processos sobre o triplex do Guarujá, Sítio de Atibaia e Instituto Lula foram remetidos para a Justiça de Brasília, que não teve tempo algum para tratar do assunto, já que as ações prescreveram.
O “timing” de Fachin, para aquela decisão absurdamente cínica e safada, foi perfeito. Isto nos dá a medida do mal de se colocar nas cortes superiores militantes políticos, ao invés de Juízes de carreira. A Constituição tem de ser alterada imediatamente, para impedir que este absurdo, causa maior do descrédito do STF, continue a ocorrer.
José J. de Espíndola
Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.