As peças publicitárias que vão ao ar esta semana e a nova cartada de Bolsonaro no caminho da reeleição
04/06/2022 às 07:54 Ler na área do assinanteAcabei de ver algumas peças que vão ao ar na quinta feira, na campanha que o PL fez para o presidente.
O tema mudou para "Sem Pandemia, sem corrupção e Deus no coração". Achei longo, mas entendi a referência. O publicitário entendeu que o maior problema hoje do Brasil é a inflação que veio da guerra e dos reflexos da Pandemia. Quando enfatiza "Sem Pandemia" ele manda o recado direto que o presidente conseguiu muito, mesmo com Pandemia, e não conseguiu mais, em razão da Pandemia.
É uma saída para duas questões. Já o "Sem corrupção" e "Deus no coração" enfatizam suas marcas registradas no compromisso com a pauta cristã e no combate à corrupção.
O aviso sobre o eleitorado feminino foi ampliado com a presença da primeira dama, e agora a cartada é buscar o eleitorado jovem, que tem por volta de 29 milhões de votos no país.
Em um vídeo o presidente fala com os jovens sobre os pais, e reafirma a importância da família. Com a campanha da esquerda para os jovens tirassem seu título de eleitor, ele quer usar a estratégia da oposição, contra ela mesma. No outro vídeo ele apontará conquistas regionais, o que significa que cada estado mostrará suas realizações, assim como as recepções calorosas de Bolsonaro no Brasil.
No decorrer da campanha, testemunhos de pessoas beneficiadas serão alocados as peças, e isso na minha opinião vai ser prego no caixão. Quando o caminhoneiro falar da estrada que não existia, quando o sertanejo falar da água que agora é acessível, ele vai mostrar um Brasil que a mídia escondeu nesses últimos três anos e o impacto será visível.
Carlos não gostou muito, mas eu como publicitário enxerguei todo o contexto. Talvez o aviso dele, seja para que a propaganda para o presidente continue espontânea, como sempre foi, e provavelmente vai continuar.
Com o horário eleitoral gratuito, o presidente vai atingir uma bolha que ele não tinha acesso, e isso vai obrigar as pesquisas, que não conseguem mais esconder os dados, a retratar a realidade inquestionável que se impõe.
Que a reeleição é algo próximo, e quem não enxergou ainda, não entendeu como o jogo está a nosso favor.
Victor Vonn Serran
Articulista