O perigo real da hegemonia esquerdista dentro das instituições de ensino
21/05/2022 às 14:16 Ler na área do assinanteHá um tempo diziam que os conservadores criavam essa teoria, mas os fatos estão descritos no belíssimo artigo do Professor Dr. Sergio Colle, da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
O cenário de subserviência das faculdades é uma realidade em todo o país, onde sabemos que a doutrina marxista impera oprimindo alunos e professores a se submeterem a essa nefasta mentalidade pró-genocida.
Para quem duvida do que acontece nos centros acadêmicos, leia com atenção o artigo abaixo, que descreve com maestria a situação caótica do ensino público a nível universitário e a urgência de medidas que combatam essa maquinação perversa para que formemos profissionais e não militantes.
A UFSC REFÉM DE MILITANTES SUBVERSIVOS ESQUERDISTAS
A norma para escolha dos componentes da Lista Tríplice, requisito para seleção de candidatos no Conselho Universitário da UFSC (Cun) é estabelecida no Artigo 8º do Decreto Lei de número 1916/96. Tal decreto reza que os nomes dos componentes de tal lista, devem ser referendados por eleição direta, com peso de 70% para a categoria docente e 30% para as categorias de servidores e alunos.
Ocorre que no notoriamente desastroso governo de Dilma Rousseff, mediante consulta encaminhada ao MEC por militantes esquerdistas ao então Ministro, de triste memória, qual seja, o marxista de carteirinha Fernando Haddad, técnicos desse Ministério se pronunciaram com respeito postulada Consulta Informal. Com efeito, em resposta a referida consulta, eles encaminharam aos postulantes uma Nota Técnica, na qual ponderaram que a composição de 1/3 por categoria de eleitores não conflitava com o referido Decreto Lei. Segundo essa interpretação, comprovadamente danosa aos interesses maiores da universidade, estabeleceu-se tal prática eleitoreira, em benefício de carreiristas militantes, que por essa razão, passaram a ter domínio político na quase totalidade das universidades federais do Brasil. Esse fato tornou a universidade pública brasileira refém dos ideólogos de esquerda e hermética, não mais permitindo que o povo brasileiro viesse a avaliar o desempenho dessas instituições no interesse do desenvolvimento nacional. Se essa prática de escolha para candidatos a Reitor, normatizada pelo referido Decreto Lei já é considerada uma aberração, impensável no ambiente acadêmico das setecentas mais bem classificadas universidades do planeta, imagine-se então a referida consulta informal dos terços por categoria.
Curioso é, que dos três candidatos referendados pela eleição direta oficial da UFSC, o terceiro, a saber, o Prof. Edson De Pieri, assim também como o segundo, renunciaram, sem dar qualquer satisfação a seus eleitores. Essa decisão na verdade não se deveu ao fato de eles terem declinado por sua própria vontade, da nobre e pretendida decisão de ser reitor, embora prometido sê-lo de muitos anos passados a seus colegas. Na verdade e já é tornado público, que ela deveu-se a um espúrio acordo, tramado pela militância esquerdista na esgotosfera da UFSC, segundo o qual todos os candidatos desistiriam em favor do primeiro colocado. Tal consulta informal referendou então três escolhidos para o CUn, desta vez e também com base em tal acordo, somente um nome foi submetido ao Conselho, qual seja, do tal funcionário de carreira Irineu Manoel de Souza, por certo o mais votado. O acordo também rezou que ele indicasse ao Cun mais dois candidatos para a lista tríplice, obviamente de modo que o Presidente da República viesse a escolher seu nome, incondicionalmente. Consumou-se assim um virtual golpe institucional revestido de aparente legalidade, mesmo porque as duas professoras componentes da lista tríplice indicadas pelo tal Irineu, exibem currículos notoriamente áridos e desprovidos inteiramente de relevância nacional e internacional, além do que, ilustres desconhecidas na categoria docente que perfaz a densidade acadêmica da UFSC.
Deve-se, entretanto aqui considerar, que o estado de caos reinante na UFSC foi gradativamente consolidado, na esteira da Lei de Autonomia Universitária, a qual resultou essencialmente de pressões corporativas de militantes esquerdistas ao tempo do governo FHC, não sem a leniência de reitores, que a guiza de interesses eleitoreiros, compactuaram com tal processo. Triste tragédia esta de uma universidade, cujo Departamento de Engenharia Mecânica conseguiu, excepcionalmente, a proeza de figurar na lista dos 260 melhores departamentos dessa área no mundo. O sucesso desse Departamento, para não citar muitos outros, deveu-se certamente a notória figura histórica do Prof. João David Ferreira Lima e do notável e porque não dizer, revolucionário, o Prof. Caspar Erich Stemmer.
A propósito de importância no conjunto das universidades avaliadas por todas as fontes de classificação internacionalmente credenciadas, a UFSC situa-se lá pela posição de número 800, de modo que esta, por conseguinte, não demonstra relevância no contexto internacional. Curioso é que alguns afoitos ou iludidos professores dessa universidade, orgulham-se do fato de a UFSC estar situada na 11ª posição no contexto da América Latina, a despeito de ela estar situada na última centena da referida lista.
E quais os desdobramentos dessa tragédia institucional à sombra da Lei de Autonomia Universitária?
A universidade, na prática, passou a ser refém de uma draconiana judicialização em todos os níveis, da politização partidária nos Departamentos, do domínio esquerdista em praticamente todos os níveis da burocracia, além do que, tornou-se engessada no tocante a gestão e definição de prioridades quanto ao ensino e pesquisa e, por conseguinte, divorciada da realidade social e econômica do Brasil, em prejuízo ao desenvolvimento nacional. A hierarquia acadêmica foi então diluída e quando não, relegada a um segundo plano, em benefício de líderes eleitoreiros, à guiza de permanecer no poder para lotear cargos da Administração. O quadro atual reflete tão somente mais um desastroso exercício da danosa prática de eleição direta, cujo cenário, senão desanimador é desolador.
Nesse contexto, faz-se mister comunicar aos leitores de que num seleto grupo das 300 melhores universidades de referência do mundo, do Brasil figuram apenas duas, enquanto que Taiwan, Austrália, China e Coréia do Sul lá figuram com cerca de cinco universidades cada, e da América Latina a PUC-Chile a somar-se as duas brasileiras.
O custo anual da UFSC, tal como reportado na imprensa catarinense, é de cerca de R$ 1,6 bilhão, convenhamos, um vultoso recurso extraído principalmente dos impostos e na base produtora, da lida dos trabalhadores do Brasil. A tal investimento, se assim se pode referir, as universidades não têm dado a sociedade sua objetiva e relevante retribuição, mesmo porque a tal lei de autonomia, impede que o povo pagador de impostos possa cobrar da universidade pública um serviço de qualidade, pelo menos comparável ao serviço prestado pelas universidades de referência do mundo.
E como corrigir essa desastrosa rota a fim de salvar o que ainda resta do patrimônio público e dos poucos pesquisadores, que a despeito dos desmandos e desprezo da Administração pela hierarquia acadêmica, obstinadamente ainda permanecem produzindo o que há de melhor em ensino e pesquisa no Brasil e no mundo?
Por certo, uma reforma universitária, porque não salvadora, é urgentemente necessária, na esteira de uma radical mudança na Lei de Autonomia Universitária. Tal reforma deveria ser implementada através de Projeto de Lei do Executivo, a ser encaminhado ao Congresso Nacional, não no presente por ser inviável, mas na circunstância de renovação das casas legislativas em apoio ao Presidente Bolsonaro. A mudança na composição dos Conselhos e a estrutura normativa interna de seus estatutos devem ser levadas a efeito, de modo a restituir às unidades departamentais as atribuições que lhe foram destinadas na Lei de Diretrizes e Bases.
A exemplo das melhores universidades do planeta, os candidatos a reitor não deveriam necessariamente advir do quadro docente ativo. Em outras palavras, o candidato a Reitor bem poderia ser um acadêmico de notório saber, até mesmo externo a instituição. A eleição deveria ser conduzida no âmbito de um Conselho Maior, constituído de professores de maior densidade curricular e ponderado por membros da sociedade externa à universidade, de modo que as pressões corporativas e principalmente o peso de militância partidária, fossem eliminados nas decisões desse Conselho. Tal reforma concederia certo grau de autonomia financeira a universidade, entretanto não inteiramente no planejamento e gestão do ensino, visto que a atividade de ensino deveria ser regulada segundo os interesses da nação, com vistas a prosperidade do país e o desenvolvimento social.
Caberia a universidade, por lei, a responsabilidade de buscar contrapartida, através da prestação de serviços especializados ao poder público e privado, além do que, cobrar do estudante o benefício por eles recebido da educação supostamente qualificada. Nesse contexto, a famigerada política de cotas, flagrantemente eleitoreira, estabelecida por governos esquerdistas e referendada por togados reconhecidamente neófitos em educação do STF, deveria ser revisada o porque não extinta, de modo que se estabelecesse o pleno exercício democrático, como prescrito na Carta Constitucional de 1988, qual seja, de igual oportunidade e direito para todos os cidadãos da República.
Presentemente, o Brasil ainda dispõe de um significativo número de professores academicamente qualificados, ativos ou aposentados e de notoriedade internacional relevante, capazes não somente de auxiliar o Governo Federal na elaboração de um projeto de reforma universitária, mas também de participar da gestão dos conselhos e de comitês de avaliação de desempenho docente e institucional. A propósito, a Coréia do Sul conseguiu realizar a transição de seu estado neo-medieval para a modernidade, ao formar grupos de trabalho, que buscaram nas melhores universidades do mundo modelos de referência, tanto para o ensino básico quanto universitário, com base no qual realizaram seu projeto de reforma, notoriamente bem-sucedido, tal como indicam as estatísticas mundiais a respeito.
A propósito, tal reforma não deveria ser planejada e divorciada de políticas públicas de fomento à pesquisa no âmbito da CAPES e do CNPq. Os últimos anos de governança esquerdista, foram pródigos no tocante a criação de novas universidades, inteiramente divorciadas do mundo real e das demandas do povo brasileiro, as quais na prática, se transformaram em formatadoras de desempregados permanentes. Por essa razão, num Brasil carente de técnicos qualificados, sobram desempregados com curso superior, também por causa de decisões essencialmente eleitoreiras, no bojo das quais os então providenciais Centros Federais de Educação Tecnológicas foram convertidos em universidades, estas mais notórias pelos altos salários pagos a seus professores, que por resultados efetivamente interessantes ao país. Esses governos também foram pródigos no desperdiço de recursos com bolsas de mestrado (para produzir títulos que de nada valem no mundo globalizado) e doutorado, a maioria dos quais desqualifiados e cuja matriz disciplinar é inteiramente desconhecida nas universidades de referência do mundo.
Por fim, este autor não poderia deixar de responder ao colunista do ND, Laudelino José Sardá, que em seu artigo publicado no referido periódico em 14/15 de maio, escreveu “Assim, em respeito a dezenas de professores que ajudaram a construir a UFSC, a começar por João David Ferreira Lima, e aos milhares de estudantes e funcionários, os críticos deveriam contribuir para o seu aprimoramento, e não arrotar agressões verbais. A UFSC é um ambiente democrático, do qual só se desvia quem tenta arranhar seu nome para subir no estrado da exibição”. Houvesse esse texto sido escrito pelo folclórico togado Fachin, não seria para este autor uma surpresa. Entretanto, sua autoria é de quem por muito tempo vivenciou a UFSC, razão de que ele não poderia ter esquecido o nome do Prof. Stermmer. Ao referido texto, este autor endereça a seguinte resposta: O que escrevo não somente contribuiu para denunciar os evidentes e publicamente notórios descalabros (longe de arrotar agressões verbais, pelo menos nas palavras do articulista) assim como também, efetivamente apresentar concretas sugestões, a fim de resgatar a universidade do fosso ao qual ela foi arremessada pelo aparelho esquerdista, herança maldita dos trágicos governos Sarney, FHC, Lula-Dilma. Ademais, o tal ambiente democrático ao qual o colunista se refere, não deve ser confundido com anarquia consentida e corrupção, praticadas por quem prioriza seus interesses eleitoreiros e do próprio bolso, muito acima dos nobres princípios que regem as instituições universitárias globalmente credenciadas. A UFSC, antes de tudo, pertence ao povo e o poder emana deste, e somente deste.
Professor Dr. Sergio Colle (Pesquisador Sênior do CNPq, Membro da Academia Nacional de Engenharia, Agraciado com a Medalha João David Ferreira Lima, Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico).
Carina Belomé. Jornalista
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